
O vereador Celso Jancke (PP) apresentou à presidência da Câmara de Vereadores de Canoas um atestado médico de uma clínica da cidade para se afastar do trabalho por 15 dias. O motivo é um forte abalo emocional, depois de ter sido preso pela polícia dentro da Câmara. A prisão ocorreu no dia 25 de agosto, em uma Operação do Ministério Público.
O vereador é suspeito de extorquir funcionários, que eram obrigados a entregar parte dos salários a ele.
Em uma das gravações obtidas pela polícia, o vereador diz a servidores: "Eu acho que vocês não estão entendendo que vocês são cargos meus. E quem manda nos cargos sou eu. E aí, eu dou uma ordem, uma determinação e a coisa não anda". Em outro trecho, ele menciona o percentual dos salários que deve ser entregue: "Eu vou fazer com todos: 50%".
De acordo com a presidência da Câmara de Canoas, o atestado vale até o dia 15 de setembro.
CPI na Câmara de Vereadores
Os vereadores de Canoas fizeram um acordo informal para a instalação de uma CPI para investigar o episódio. No entanto, só deverão fazê-lo quando tiverem acesso ao conteúdo da denúncia do Ministério Público.
A Câmara já solicitou ao Ministério Público acesso ao processo, porém o pedido foi negado. O Ministério Público alegou que a Câmara não era parte do processo. A Câmara, então, entrou com um mandado de segurança para que o Poder Judiciário decidisse sobre a divulgação ou não dos documentos que compõem a denúncia.
Operação
A operação na Câmara de Vereadores de Canoas foi deflagrada pela Promotoria Especializada Criminal em 25 de agosto, com o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária, do vereador Celso Jancke (PP), suspeito dos crimes de lavagem de dinheiro e concussão (extorsão praticada por servidor público). Na ocasião, Jancke disse que só pretende falar em juízo.
São investigados, ainda, os vereadores Francisco da Mensagem (PSB) e Doutor Pompeo (PTB).