Providenciar um café - pode ser pequeno, por enquanto - no lugar onde hoje é a recepção do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. Uma das primeiras entre tantas metas de Maria Teresinha Debatin, 58 anos, como presidente da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) é retomar o clima e público do espaço. Há 15 dias oficialmente no cargo, a administradora, empresária e escritora tem perfil de gerentona e pretende organizar a casa de dentro para fora.
Desde julho do ano passado a FCC, responsável por valorizar e fomentar a produção artístico-cultural e memória de Santa Catarina, estava sem um presidente. Joceli de Souza pediu exoneração em 4 de julho do ano passado e desde então a instituição ficou acéfala.
- Eu mereço este lugar porque construí minha vinda para cá. Aqui tem minha alma- disse ela.
Chamada de irmã pelo deputado Jorginho Mello, presidente do PR em Santa Catarina e pai do atual secretário de Estado, Turismo, Cultura e Esporte (SOL) Filipe Mello, Teresinha refere-se a ele toda vez que conta como assumiu em abril a secretaria adjunta da pasta e a presidência da FCC em julho.
Conheça o perfil da presidente:
CARREIRA
Nasceu em Brusque, Vale do Itajaí. Bancária durante 29 anos, foi a única diretora mulher do Besc. Entre 2002 e 2003 foi diretora administrativa da Casan. No período de 2007 a 2011 assumiu a Imprensa Oficial e o Arquivo Público do Estado. Em 2009 criou o projeto 100 Cópias, Sem Custos, que virou lei pelas mãos do deputado Jorginho Mello (PR).
ESCRITORA
Teresinha começou a escrever poesia aos nove anos. Publicou textos poéticos, crônicas e histórias em jornais diversos. Publicou o primeiro livro em 1996, de poesias e crônicas, chamado As Muitas faces de Um Sujeito Chamado Eu. Depois vieram mais quatro, de poemas e canções, sobre gestão e sobre cabala e numerologia. Está trabalhando no sexto livro, A Lua e o Caminhante.
NUMEROLOGIA E CABALA
Começou a estudar numerologia e cabala quando estava prestes a deixar o Besc. Estudou cabalas hebraica, mística e judaica.
- Não vejo a cabala como místico. É uma ciência mais do que exata.
Atende aos sábados como numeróloga e cabalista em Balneário Comboriú, onde montou, junto com a filha arquiteta, um escritório de arquitetura e instalações elétricas.
A IDA PARA SOL E FCC
- Deputado Jorginho Mello me convidou para vir para a Fundação em março. Mas eu não queria voltar para o Estado. Fiquei de pensar a respeito. Dias depois ele ligou e disse: "Olha, mudou, o Filipe está assumindo a SOL".
Pouco tempo depois o deputado ligou para avisar que ela havia sido nomeada. A ida para a presidência da FCC também passou por ele.
- Não me alimento do passado, não critico quem passou. Quero é falar de presente, de futuro. Quero que cada funcionário se sinta um presidente.
O QUE ESTÁ EM ANDAMENTO NA FCC
Quando assumiu como secretária adjunta da SOL, Teresinha apontou prioridades, como a Biblioteca Pública, os reparos no Palácio Cruz e Sousa / Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC). Entre as ações já executadas estão cinco editais para compra de equipamentos de última geração para o MHSC, pedido de compra de caminhão para transporte de obras de arte e aquisição de 85 computadores para outras casas administradas pela Fundação.
CAFÉ
Logo que chegou à sede da Fundação, localizada na ala norte do CIC, pediu para o setor responsável projetar um café no prédio. A ideia é que ele ocupe o espaço onde hoje fica a recepção - para esta planeja um local diferente e também um técnico que possa realizar visitas guiadas. O edital para o café está sendo elaborado.
PRIMEIRAS METAS
Com experiência em gestão de negócios e de pessoas, as primeiras metas de Teresinha passam por motivar e organizar a administração da FCC. Ela Cita também a disposição para o diálogo com as diferentes classes artísticas, aproximar as outras casas administradas pela Fundação, iluminar o estacionamento do CIC (firmou parceria com a Celesc, que vai iluminar toda a quadra) e já autorizou edital para a compra de um outdoor eletrônico para a frente do CIC. Ainda não fez um diagnóstico dos projetos parados, como Memorial Cruz e Sousa e reforma da ala norte do CIC.