O empresário João Pilla Dias, proprietário da Pillatel Comunicações, admitiu nesta quarta-feira (26) ter repassado dinheiro à Associação de Funcionários da Procempa. Uma investigação interna da companhia já havia apurado indícios de irregularidades nos repasses e falta de controle e de prestação de contas sobre os valores. Na avaliação do empresário, o repasse de dinheiro é "normal".
"É normal no final de ano empresas privadas pedirem uma ajuda para suas festas, para os seus churrascos. A Associação dos Funcionários da Procempa convocava todos os seus fornecedores, que doavam valores. Então isso era feito", disse Pilla após depoimento na CPI.
Durante o depoimento, o empresário negou que a Pillatel tenha sido favorecida em relação aos pagamentos feitos pela Procempa.
O presidente da CPI da Procempa, vereador Mauro Pinheiro (PT), apurou, com base em documentos fornecidos pela companhia, que entre 2005 e 2013 foram repassados R$ 5,6 milhões à Associação de Funcionários da Procempa (AFP).
Em outubro, a CPI ouviu Walfrido Goulart, atual presidente da AFP. Goulart admitiu que decisões eram tomadas pelos presidentes da associação, sem conhecimento dos demais membros.
Goulart substituiu Ayrton Gomes Fernandes no comando da AFP. Ayrton, ex-gerente financeiro da Procempa, foi demitido por justa causa por suspeitas de irregularidades. O ex-gerente é um dos investigados em procedimentos conduzidos pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público.
Gaúcha
"É normal doar dinheiro para as festas dos funcionários", diz dono de empresa fornecedora da Procempa
Kelly Matos
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