Tagarelas, brincalhonas e saudáveis. Assim as gêmeas siamesas Kerolyn e Kauany comemorarão dois anos nesta sexta-feira, no primeiro aniversário longe do hospital.
Atualmente em Cruz Alta, no Noroeste, a família driblará as dificuldades financeiras para organizar uma celebração digna de tantos motivos para comemoração. O maior deles, a mãe Adriana Ribeiro, 32 anos, revela sem rodeios: a saúde.
- Muitos perguntam delas como se fossem frágeis. São fortes e muito ativas, brincam como qualquer criança desta idade. E brigam como todos os irmãos - relata, sorrindo, a dona de casa.
Apesar da diversidade de brinquedos que ganharam, a diversão favorita das meninas é com a natureza. A mãe conta as gêmeas adoram brincar no pátio de casa com a terra, as flores e com a cadela Pretinha, xodó da família.
Recentemente, Pretinha teve cinco filhotes, que são ainda mais mimados pelas irmãs. Adriana relata que as meninas só sossegam para tomar a mamadeira se a cadela for dar leite aos cachorrinhos ao mesmo tempo.
- Hora do mamá, Pretinha. Mamá pros filhinhos - ordenam as pequenas.
Sem trabalhar para cuidar das gêmeas e as outras duas filhas, Kemely, 10 anos, e Thauany, três anos, Adriana conta com o marido para o sustento da família. Juliano do Amaral e Silva, 24 anos, trabalha atualmente como mecânico de manutenção em uma lavoura no interior de Cruz Alta. Por causa do trabalho, vê as filhas, em média, a cada 15 dias. Hoje, estará em casa, para abraçar as pequenas.
Mesmo sem muitos recursos para dar a festa dos sonhos às filhas, a família garante que o bolo, alguns balões e muito amor não vão faltar. Deixar a data em branco, segundo Adriana, está fora de cogitação. Mas a festa mesmo, com os parentes, deverá ser realizada só na próxima semana, em razão do trabalho do pai. O presente para as duas já foi escolhido: duas motocas iguais, para pedalarem pelo pátio da casa.
Meninas ainda exigem cuidados especiais da mãe
Devido à má formação do intestino, as meninas precisam usar bolsas de colostomia desde a cirurgia de separação. Mas isso não as impede de fazer nada, até banhos rápidos de piscina já ocorreram durante os dias mais quentes.
Quatro ou cinco vezes por dia, é preciso trocar a bolsa ou esvaziá-la. O processo demora cerca de 40 minutos. As bolsas são fornecidas pelo Estado. Kerolyn e Kauany devem passar por pelo menos mais dois procedimentos cirúrgicos. Segundo Adriana, elas ainda terão uma nova avaliação médica. Por esse motivo, ainda não há data marcada para que isso ocorra.