Ela tem 15 anos, estuda inglês, faz trabalho voluntário e está no 2º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre. Essas foram algumas das credenciais que levaram Ana Luisa Dias Oliveira a ser escolhida como uma das representantes do país no programa Jovens Embaixadores, do Consulado dos EUA no Brasil.
Criado em 2002 pela então Embaixadora dos Estados Unidos por aqui, Donna Hrinak, o programa já levou mais de 350 jovens brasileiros para intercâmbios culturais e educacionais. Aqui do Rio Grande do Sul, Ana Luisa é a 14ª embaixadora. A partir de 10 de janeiro, ela e outros 36 adolescentes brasileiros ficarão durante quase um mês em Washington e outras cidades norte-americanas.
- Não estou nervosa, mas ansiosa. Vai ser uma experiência nova, de onde vou tirar coisas boas, conhecer outro lugar, outra língua. Acho que vou sair da zona de conforto, mas é por uma boa causa - diz Ana Luisa.
Será a primeira viagem internacional da estudante, que nunca foi além de Santa Catarina (e sempre junto com a família). Para ajudar a ajustar as expectativas - e também a preparar a mala -, ela recorre ao sistema de apadrinhamento criado pelo próprio programa.
- Cada jovem embaixador escolhe alguém de outra edição para ajudar, então eu converso com a Luize [Bolzan Daniel, de Santa Maria, selecionada em 2012 e ela me dá dicas do que levar, do que pode ser útil - explica Ana Luisa. Thais Dias de Quadros também já representou o Rio Grande do Sul no programa, ano passado. Quando viajou, ficou em Washington nos primeiros dias e, depois, mudou para a casa de uma família americana em Cleveland, Ohio.
- Foi muito legal, conhecemos pontos turísticos e até a Hilary Clinton (Secretária de Estado norte-americano) - conta ela. Hoje, aos 18 anos, Thais estuda Letras na PUC-RS e é recreadora voluntária no Instituto do Câncer Infantil. Para o futuro, pretende seguir estudando e fazer mestrado e doutorado. Se possível, no Exterior.
PREENCHENDO OS REQUISITOS
Para concorrer a uma das vagas do programa é preciso preencher determinados requisitos. Saber inglês é fundamental e fazer trabalho voluntário conta muitos pontos a favor na hora em que os jurados precisam decidir quem vai e quem fica.
Ana Luisa, por exemplo, ajuda a cuidar de crianças carentes aos sábados, no Serviço Médico Educacional de Atendimento em Reabilitação (Semear), no bairro Sarandi.
De maneira autodidata, a menina começou a aprender inglês, vendo filmes e seriados com legendas. Para complementar o ensino do idioma dado no colégio, também faz aulas no Instituto Cultural Brasileiro Norte- Americano, através do Programa English Access - que é uma parceria com o próprio Consulado dos Estados Unidos.
- Foi ali que eu conheci o Jovens Embaixadores e comecei a me preparar para participar - diz.
DISPUTA ACIRRADA
A divulgação dos selecionados foi no final de outubro, pela embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde. A disputa foi acirrada: apenas 37 selecionados entre mais de 11 mil inscritos. Mas, até para os que não passam (os semifinalistas do Jovens Embaixadores), há uma chance, com um outro programa de imersão criado em 2007 pelo Consulado.
- É uma forma de reconhecer a excelência de quem chegou quase lá.
Nesse caso, os jovens passam uma semana de imersão na língua inglesa - explica Marcos Hirata, assessor cultural para Educação e Intercâmbio do Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo.
E é dele mais uma boa notícia: alguns participantes desse English Immersion Program acabam sendo selecionados para o programa Jovens Embaixadores no ano seguinte.
Jovem embaixadora
Projeto do consulado americano leva estudantes para intercâmbio nos EUA
Este ano uma gaúcha de 15 anos está entre os selecionados do programa
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