O coronel da reserva da Polícia Militar Luiz Nakaharada, acusado pela morte de presos no Massacre do Carandiru, morreu na noite passada, em sua casa, no bairro de Pirituba. Nakaharada esperava ser julgado em separado no processo, por conduta individualizada na morte de cinco detentos no terceiro pavimento (ou segundo andar) do Pavilhão 9 do Carandiru. A advogada do coronel, Ieda Ribeiro, informou que a causa da morte de Nakaharada foi um infarto, ocorrido às 22h de ontem (14). O corpo foi velado desde no Cemitério Gethsemani Anhanguera e o enterro está marcado para esta tarde.
Pela extensão do processo, o Massacre do Carandiru foi dividido em etapas. O primeiro julgamento ocorreu em abril. Na época, os policiais que atuaram no segundo pavimento (primeiro andar) receberam uma pena de 156 anos de reclusão cada um, em regime inicial fechado.
No segundo julgamento, no final de julho, os jurados decidiram condenar os 25 policiais militares que entraram no terceiro pavimento e mataram 52 detentos. O massacre na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) foi no dia 2 de outubro de 1992, com a entrada da Polícia Militar de São Paulo no presídio para conter uma rebelião de presos. A intevenção policial causou a morte de 111 detentos, segundo números oficiais.