O Sindicato Médico do RS (Simers) está publicando várias vezes por dia nas emissoras gaúchas uma nota totalmente equivocada.
Diz o Simers, na nota, que a presidente Dilma decretou recentemente (não foi a Dilma, foi o Congresso, mas vá lá, a presidente sancionou) direitos às empregadas domésticas, compreendendo Fundo de Garantia e 13º salário.
E frisa o Simers na nota que isso é injusto com relação aos médicos que serão contratados pelo programa Mais Médicos, pelo governo, e não terão igualdade de direitos com as empregadas domésticas.
Segundo o Simers, os médicos serão contratados por três anos e depois serão demitidos, sem direito algum.
Segundo a nota, as domésticas foram justamente aquinhoadas com direitos amplos, pelo que, ironiza o Simers, parabeniza-as por conquistarem direitos que serão sonegados aos médicos.
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Isso não é verdade. Depois de trabalharem por três anos, os médicos terão direito, se forem demitidos, aos mesmos direitos das empregadas domésticas, ganharão Fundo de Garantia, férias e 13º salário.
Se o contrato de trabalho com os médicos for por prazo determinado, como declara o Simers, caso venham a ser demitidos antes dos três anos, os médicos, como dita a lei trabalhista, terão direito a ganhar 50% do valor de seus salários no tempo que decorrerá da demissão até a extinção contratual do compromisso (prazo restante do contrato).
E perceberão, os médicos, Fundo de Garantia, férias, 13º salário de maneira intocável, quando forem demitidos.
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Se, no entanto, os médicos fizerem concurso público e forem nele aprovados, se é verdade que não perceberão Fundo de Garantia, no entanto adquirirão estabilidade, isto é, nunca mais poderão ser demitidos até a aposentadoria ou a morte, a menos que cometam falta grave, direito que será muito superior ao que gozam as empregadas domésticas.
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O Sindicato dos Médicos laborou em profundo erro, como está demonstrado nas linhas e argumentos arrolados acima, na nota que está divulgando como matéria paga nas rádios.
De certa forma, os médicos terão direitos ainda mais amplos do que os das domésticas, ao contrário absoluto do que o sindicato está afirmando.
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Além disso, o Simers se esqueceu lamentavelmente de que os médicos que serão contratados por três anos poderão, ao fim do contrato, tê-lo prorrogado por mais três anos e assim sucessivamente.
Três anos, como é óbvio, não será prazo definitivo.
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Aconselho o Simers, portanto, a retirar imediatamente da divulgação a nota errática, por ser atentatória à verdade.
E, como diz um dos slogans do Simers: "A verdade faz bem à saúde.
Os médicos não têm qualquer responsabilidade nesse erro de interpretação do Simers, o sindicato é que foi mal assessorado e cometeu essa mancada.