zh.doc: a bola parada de Renato Portaluppi em Bento Gonçalves
A camiseta vestida por Renato Portaluppi na final do Mundial de 1983 é guardada ainda hoje como uma relíquia da família Portaluppi em Bento Gonçalves, cidade adotada pelo seu Francisco e dona Maria para criar os sete irmãos e seis irmãs na década de 60. A camiseta voltou a ser assunto na família na reapresentação de Renato como técnico do Grêmio na última segunda-feira. Ao assistir a coletiva pela televisão, Iris Portaluppi, hoje conhecida como a mãezona dos 13 irmãos, se emocionou. Enquanto Renato recebia a réplica da camiseta vitoriosa, ela tinha a original na casa da família. Há 30 anos, no retorno de Tóquio, Renato havia presenteado a irmã com a número 7 na condição de que o sobrinho, com apenas um ano há época, se tornasse torcedor do Grêmio.
- Eu disse que deixaria o Leonardo decidir para qual time torcer, mas ele virou gremista fanático - conta Iris, orgulhosa do filho Leonardo, hoje com 30 anos.
Entregue em 1983 para a irmã, a camiseta esteve durante décadas incógnita pelos armários dos De Toni, sobrenome adotado por Iris após o casamento. Em 2005, os irmãos Leonardo e Maicon resolveram organizar a coleção de camisetas do time do coração e separar por épocas e escudos. Mas uma delas pareceu misteriosa. Pelo modelo desconfiaram que poderia ser da época do Mundial, mas não tiveram a certeza até encontrar o tio para o tira-teima. Maicon, então, levou-a para Renato em Porto Alegre junto a outras camisetas a serem autografadas.
- O tio pegou a camiseta e torceu para um lado e para o outro e disse "Os alemães puxavam ela para cá, puxavam para lá e ela continua inteira" - conta Leonardo que só conhece a partida contra o Hamburgo pelos registros históricos.
Iris torce para que a camiseta fique na família e passe de geração em geração. A avó coruja gostaria que o prêmio do maior feito do irmão famoso ficasse de lembrança para o neto Matheus. Leonardo, pai do garoto de 3 anos, ainda não tem certeza do destino do modelo. Sabe do valor que a camiseta tem para o time e pensa em doa-la para exposição na Arena.
- Eu sei que se ela for para lá, não volta mais para mim, mas estou sendo egoísta - reflete o sobrinho do ídolo gremista.
No final, a conclusão da família foi jogar a bola para Renato decidir se este título vai seguir patrimônio da família ou virará peça de museu.