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Blog Caso de Polícia: Informações sobre investigação pós tragédia boate Kiss
Entenda o Caso:
O fogo na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou por volta de 2h da madrugada de domingo, dia 27 de janeiro. No momento, a banda Gurizada Fandangueira, um dos shows da noite, estava no palco. O incêndio teria começado após o uso de efeitos pirotécnicos durante a apresentação. A espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna teria sido atingida por faíscas do artefato.Muitas pessoas não conseguiram sair da boate. 242 pessoas morreram e outras 100 ficaram feridas.
Após 4 meses, o Tribunal de Justiça aceitou pedido de liberdade provisória para os quatro presos após a tragédia da Boate Kiss. São eles Mauro Hoffmann, Elissandro Spohr (Kiko), Marcelo de Jesus dos Santos, Luciano Bonilha Leão. A decisão é da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça que concedeu a liberdade provisória para os quatro réus presos após o incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, no dia 27 de janeiro. A tragédia de Santa Maria repercutiu internacionalmente, é considerada a maior da história do Estado.
A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJ) decidiu, nesta quarta-feira (29), libertar os quatro réus presos após o incêndio na Boate Kiss, que matou 242 pessoas em Santa Maria. Eles estavam presos desde o dia 28 de janeiro no Presídio Estadual de Santa Maria.
A concessão da liberdade veio após o julgamento do pedido de liberdade do vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, acusado como sendo o principal responsável pelas chamas. A decisão é extensiva a outros três presos pelo mesmo crime: o produtor executivo da banda Luciano Bonilha Leão e os sócios da casa noturna Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann. Os desembargadores entenderam que os quatro não oferecem risco à sociedade e ao andamento do processo. A expectativa é que eles sejam liberados nas próximas horas.
Familiares das vítimas acompanharam o julgamento emocionados e ficaram revoltados com a decisão da justiça. Eles chagaram a trancar a Avenida Borges de Medeiros em protesto. O pai de uma das vítimas, Flávio José da Silva, tem medo que os acusados fujam do país após a liberdade.
- Eles tem dinheiro e recursos.É um pé fora da cadeia e outro fora do país. Isso é se eles conseguirem fugir, pois vamos fazer de tudo para que isso não aconteça.
O advogado da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Boate Kiss, Jonas Stecca, afirma que conversou com membros do Ministério Público e que vai haver recurso da decisão em instâncias superiores. Ele se disse surpreso com o entendimento judicial.
-Era uma situação que sabíamos que podia ocorrer, já que a prisão cautelar é uma exceção no sistema brasileiro. Se o caso da Kiss não é uma exceção, não sei o que, então.
Também nesta quarta-feira, o TJ negou um pedido de reconsideração da denúncia do Ministério Público feito pelo advogado Jader Marques, que representa Elissandro Spohr. Ele sustenta que há falhas graves na representação do MP, que denunciou oito pessoas. O desembargador Manuel José Martinez Lucas, que relatou o caso, no entanto, entendeu que a denúncia atende plenamente às exigências legais.