Se Cazuza estivesse vivo, talvez se surpreendesse por sua canção ter se tornado quase verdade: "Eu vejo o futuro repetir o passado/eu vejo um museu de grandes novidades".
Na mesmo Rio de Janeiro onde viveu o artista está para nascer, em 2014, o Museu do Amanhã, que promete mostrar a noção do que acontecerá na Terra se não houver uma mudança de hábitos.
- O visitante colocará dados de como pretende viver, com padrões de consumo. A partir daí, um programa faz uma simulação do que ocorreria com o planeta caso a maioria decidisse pelo mesmo estilo de vida - explica Andrea Farroco, coordenadora de projetos de patrimônio e cultura da Fundação Roberto Marinho - uma das entidades que financia o projeto.
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O museu está sendo construído no Píer Mauá, na Baía de Guanabara, e será dividido em quatro partes: Sempre, Ontem, Hoje e Amanhã. Ao percorrê-las, o visitante conhece desde a formação do universo até projeções do cotidiano no futuro. A maior parte das 53 experiências ficará permanentemente em exposição. Várias delas terão como foco a interatividade. É o caso da apresentação do ecossistema da Baía de Guanabara. Quatrocentas vitrines mostrarão espécies reproduzidas, gráficos e a possibilidade de explorar a cadeia alimentar da região.
- A pessoa poderá retirar um animal do ciclo e ver o impacta disto - exemplifica Andrea.
A ideia do museu é justamente questionar "como queremos viver com o mundo e uns com os outros, aliando sustentabilidade e sobrevivência", avalia o curador Luiz Alberto Oliveira.
E, para não ficar só no pensamento, a construção conta com elementos que ajudam o ambiente. Haverá captação do fundo da água da baía para resfriamento do ar-condicionado e uso de água da chuva para os sanitários, além de energia solar. O orçamento é de R$ 215 milhões e tem apoio de universidades, entidades e profissionais de diferentes áreas.
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Sustentabilidade em números
60% de diminuição de consumo de água potável, devido à captação da água da chuva e do uso repetido das águas de torneiras e chuveiros, do sistema de ar condicionado e nos vasos sanitários. Também há um sistema geral de água de alta eficiência.
30% de economia de energia elétrica para ar-condicionado pela refrigeração do ambiente, que será feita com água da Baía de Guanabara.
9% de redução de eletricidade com o uso da energia solar.
2014 é o ano em que o museu deve ser aberto ao público. Será entre junho e julho.
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