A população brasileira ainda está em processo de vacinação contra o coronavírus, responsável pela pandemia que nos encobre desde março de 2020. Porém, a boa notícia é que também já somamos muitas vitórias contra o vírus Sars-CoV-2 e o desafio, agora, é tratar de quem precisa lidar com efeitos do pós-Covid-19.
Sabemos a extrema importância da dedicação de profissionais da área da saúde, como médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, que atuam na linha de frente no atendimento aos pacientes. Há também equipes multiprofissionais trabalhando incansavelmente na reabilitação dessas pessoas. Um desses profissionais é o fonoaudiólogo, que tem importante e necessário papel na recuperação de quem passou por casos mais graves e necessitou de tratamento com entubação.
De acordo com a fonoaudióloga Viviane Pasqualeto, professora do curso de Fonoaudiologia da Ulbra e responsável pelas práticas de fonoaudiologia hospitalar, para tratamento do pós-Covid-19, o profissional dessa área atua com o objetivo de intervir nos casos de disfagia (dificuldade para engolir que pode ocasionar broncoaspiração, pneumonia e até levar a óbito).
— Os pacientes com Covid-19 que necessitam ser entubados podem obter disfagia e disfonia (rouquidão) no momento da extubação. Nesse caso, o fonoaudiólogo precisa fazer uma avaliação e intervenção para garantir o retorno da alimentação via oral, sem riscos de broncoaspiração e adequação da qualidade da voz — explica Viviane.
Ainda segundo a profissional, além das complicações de deglutição e disfonia, após receberam alta, muitos pacientes apresentam dificuldades de comunicação, incoordenação respiratória e alterações na mastigação, o que sugere a intervenção do profissional da fonoaudiologia junto à equipe multiprofissional.
Para a coordenadora geral de Residências em Saúde e coordenadora da Residência Multiprofissional em Saúde da Ulbra, Estela Schiavini Wazenkeski, o trabalho das equipes multiprofissionais é considerado uma potente estratégia para o atendimento integral dos pacientes, além de ser um ponto necessário para o sucesso do tratamento:
— Considerando o atual cenário mundial, a atuação multiprofissional na assistência à saúde tem caráter fundamental nos protocolos de atendimento, pesquisas clínicas e controle da transmissão da doença. Cada profissional desenvolve, dentro de suas competências e habilidades, estratégias que contemplam a integralidade do tratamento — afirma a coordenadora, que destaca a necessidade de um olhar atento à interprofissionalidade — Contemplar de forma plena esses conceitos traz melhorias significativas ao cuidado do paciente e reduz custos para gestão.
Outro profissional que possui um importante papel dentro da perspectiva pós-Covid-19 é o farmacêutico. Ele é o responsável por contribuir com a orientação à população na prevenção, controle e sintomas da doença, uma vez que a facilidade de acesso às farmácias, aliada à competência, conhecimento e disponibilidade do profissional, representa, muitas vezes, a primeira orientação que as pessoas têm acerca de saúde.
Segundo a coordenadora do curso de Farmácia da Ulbra, Lidiane dos Santos, o farmacêutico atua na triagem clínica, por meio de exames laboratoriais, e até mesmo nos testes rápidos em farmácias.
— O profissional também participa do estudo, desenvolvimento e aplicação de vacinas, da pesquisa de novos medicamentos e ainda prepara formas de prevenção da doença, como o desenvolvimento de álcool em gel, entre outras formulações — explica.
Lidiane acrescenta que os cuidados farmacêuticos são muito importantes para prevenção de riscos, principalmente relacionados à automedicação, que podem afetar a saúde do paciente. O farmacêutico garante a segurança da saúde e da efetividade do tratamento ao desestimular a automedicação.
A multidisciplinaridade é imprescindível para o sucesso da recuperação dos pacientes acometidos pela Covid-19, passando pelo pós-tratamento com fonoaudiologia, pelo acompanhamento com a farmacologia, mas, também, pela melhor parte: a prevenção pela testagem e a vacinação. É aqui que falamos dos biomédicos que, além de serem os principais responsáveis pelo auxílio no diagnóstico da doença, realizando o exame confirmatório laboratorial, bem como a coleta e análise do material, também são peças fundamentais nos exames de imagem e na vigilância epidemiológica.
Segundo a coordenadora do curso de Biomedicina da Ulbra, Angélica Heilmann Steffen, o biomédico atua investigando o genoma do vírus em busca das características biológicas e genéticas, auxiliando no entendimento da evolução e disseminação viral, mutações e, consequentemente, colabora no desenvolvimento de testes de diagnósticos e de vacinas.
— A biotecnologia, área de atuação do biomédico, é responsável pelo desenvolvimento de vacinas e atua sobre o processo de pesquisa da doença, suas causas, produção de anticorpos, até chegar à sua criação. No Brasil, os biomédicos foram os responsáveis pelo mapeamento do genoma do novo coronavírus em tempo recorde, em apenas dois dias após a confirmação do primeiro caso no País — conclui Angélica.
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