Maria Carolina Santiago, nadadora paralímpica e mulher brasileira com mais medalhas na história dos Jogos Paralímpicos, anunciou na última terça-feira que irá disputar a Paralimpíada de Los Angeles, em 2028, nos Estados Unidos.
A decisão foi comunicada nesta semana no evento Destaques Esportivos, promovido pelo Grêmio Náutico União, clube que Carol defende. Em entrevista exclusiva para Zero Hora, a nadadora revelou a vontade de ser mãe e como deve ser sua participação em Los Angeles.
— A ideia era parar após Paris, porque eu queria muito ser mãe, já estava ficando tarde e eu fiquei com muito medo de não conseguir. Mas a comissão técnica me abordou e me disseram "Carol, você tem muita condição de ser melhor do que você foi aqui". É aproveitar um programa mais reduzido, focando no crawl e no costas. A ideia seria fazer os 50m e 100m livre, os 100m costas e ajudar o revezamento do Brasil, se for o caso — disse, explicando o que fez para adiar o sonho de engravidar:
— A questão de ser mãe, a gente conseguiu adiar isso pela fertilização in vitro. Eu tive um contato com uma ginecologista que trabalha com isso. Ela me disse que eu não precisava parar agora. A gente teve total condições. A gente utilizou esse final de ano pra resolver essas questões. Voltei a treinar no meio da última semana.
A nadadora pernambucana, que defende o União, já venceu 10 medalhas paralímpicas, sendo seis ouros, três pratas e um bronze. Em Paris 2024, ela venceu cinco.
Carol Santiago, 39 anos, nasceu em Recife, com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Começou a nadar aos quatro anos e competiu em nível nacional e internacional na natação convencional até 2018. A partir de então, migrou para a natação paralímpica.