Aos 18 anos, a brasileira Júlia Soares é um fenômeno da ginástica nacional. A jovem conquistou uma medalha de bronze por equipes na Olimpíada de Paris e está na final da trave, que ocorre nesta segunda-feira (5), às 7h38min (de Brasília).
O aparelho é a especialidade da curitibana que, apesar da pouca idade, já marcou a história da modalidade com o seu nome. A atleta começa sua série com um movimento impressionante, no qual ela salta do trampolim, faz uma pirueta, projeta o corpo para o outro lado da barra e agarra a trave de ponta cabeça. A manobra tem um nome propício: Soares, batizado em homenagem à Júlia.
Na ginástica, manobras inéditas são registradas, ou homologadas, com o sobrenome do primeiro atleta que as realizou em uma competição internacional da Federação Internacional de Ginástica (FIG). O movimento, no entanto, tem de ser feito sem grandes erros.
Ao lado de Daiane dos Santos, Lorrane Oliveira e Heine Araújo, Júlia Soares é uma das quatro brasileiras a terem uma manobra registrada em seu nome. A homologação do Soares ocorreu no Pan-Americano de 2021, quando Júlia tinha 15 anos. Na competição, a ginasta conquistou o ouro nas finais por equipe e a medalha de bronze na trave.
— Esse é o sonho de todo atleta. É a chance de imortalizar o seu nome na história do esporte — diz Ângelo Sabino, treinador de ginástica do Flamengo. — Daqui a 100 anos, as pessoas vão falar o seu nome sempre que alguém realizar aquele movimento.
Nas redes sociais, a manobra chamou atenção dos torcedores brasileiros e impressionou por sua plasticidade. Apesar de conter semelhanças com outra manobra — a entrada em vela —, o Soares se destaca por sua originalidade. O grande diferencial de Júlia, além da meia volta, é que seu corpo termina o movimento do outro lado da trave.