A prata conquistada nesta sexta (9), nas águas de Vaires-sur-Marne, teve sabor de ouro para Isaquias Queiroz. Após terminar em segundo lugar na final do C1-1000m, o canoísta baiano relatou à Rádio Gaúcha que passou por "um dos piores ano da vida" e, por isso, optou por treinar menos e por priorizar a família neste ciclo. Mesmo assim, conseguiu a sua quinta medalha olímpica na carreira.
— Me sinto um campeão. Afinal, 2023 foi um ano difícil para mim, um dos piores da minha vida, não treinei direito e escolhi descansar. Em 2024, comecei (a treinar) um pouco tarde. Então, tive de dar o meu máximo, mas felizmente consegui a prata — disse, logo após sair da água do Estádio Olimpíco Náutico da França.
Com a conquista, Isaquias igualou-se aos ex-velejadores Robert Scheidt e Torben Grael como segundo maior medalhista olímpico da história do Brasil, com cinco pódios, um a menos do que Rebeca Andrade.
Isaquias acredita que a conquista da prata, mesmo treinando menos do que o padrão dos seus mais de 10 anos de canoagem, prova a importância do convívio com a família para os atletas de alto rendimento.
— Essa medalha mostra que a família é importante na vida do atleta. A esposa, o filho, a mãe e os pais são muito importantes na vida do atleta. Para mim, isso foi muito gratificante. Especialmente por ser vice-campeão olímpico com a minha família aqui presente — completou.
O atleta relatou ainda que sentiu cansaço durante prova e fez críticas à cama e à comida da Vila Olímpica.
— É difícil remar uma prova atrás da outra. O começo é desgastante, mas saímos com a prata. Eu não estava me sentindo bem aqui em Paris. Estava me sentindo estranho. No final, senti um pouco mais de cansaço que o normal. O café da manhã aqui não foi muito legal para mim. Quando eu reclamei da cama da vila, pegaram no meu pé. Mas chegar em uma Olimpíada e ter de comer e dormir mal não é justo — protestou.
Com a prata, Isaquias garante ao Brasil a 18ª medalha olímpica em Paris. Na canoagem de velocidade, o país ainda será representado no sábado (10) por Valdenice Nascimento, 34 anos, classificada para às semifinais do C1 250.