Atual campeão olímpico na canoagem, Isaquias Queiroz, 30 anos, tem duas metas nas Olimpíadas de Paris. Uma é subir ao pódio nas provas que disputa e se igualar a Rebeca Andrade como maior medalhista da história do Brasil.
A outra é cuidar para que a pressão por superar a ginasta não afete a sua saúde mental, que, segundo relatou a Zero Hora nesta terça (6) foi uma das suas principais preocupações neste ciclo.
— Você mesmo deve ter escutado a Rebeca falar sobre o psicológico e o emocional do atleta. Meses atrás, eu estava muito com isso na cabeça, pressionado. Eu estava um pouco nervoso, acho que por causa desta questão da quantidade de medalhas. Vou em busca delas, mas o meu objetivo aqui é disputar as Olimpíadas e tentar fazer com que seja o mais leve possível — disse o canoísta baiano, em entrevista exclusiva concedida no Estádio Olímpico Náutico da França, em Vaires-sur-Marne, a 35 quilômetros de Paris, logo após garantir a classificação às semifinais do C2 500, ao lado do também baiano Jacky Godman.
Atual campeão olímpico na prova individual do C1 1000, que será disputada a partir desta quarta (7), Isaquias teve um ciclo marcado por poucas competições e por um ritmo mais leve de treinos. Como consequência, foi sexto lugar no Mundial de Canoagem de 2024, em Duisburg-ALE. Em nome da saúde mental, o canoísta optou por aproveitar mais momentos com a família nos últimos dois anos.
— Cheguei (ao longo do ciclo) a tomar remédios por conta da ansiedade. Eu já vinha de 10 anos ganhando medalha em Mundial. Foi o primeiro ano em que eu fiquei fora (do pódio), de certa forma por escolha minha. Se tivesse treinado, dava para ter ganho medalha no Mundial de 2023. Mas eu escolhi descansar — completou.
Nesta quarta (6), Isaquias disputa a fase classificatória do C1 1000. Já na quinta (8), o atleta competirá nas semifinais e nas finais do C2 500, com Jacky Godman. Já as finais do C1 1000 estão previstas para sexta (9), quando Isaquias saberá se conseguirá igualar o número de medalhas de Rebeca. Embora o canoísta saiba que isso não é o mais importante.
— Vou lutar o máximo que puder para chegar a seis medalhas e empatar com a Rebecca. Independentemente disso, acho que tenho de desfrutar a Olimpíada —finalizou.