Quase nenhuma ginasta passou ilesa na final da trave. Disputada na segunda-feira (5), a prova foi marcada por desequilíbrios generalizados — maior estrela do esporte, Simone Biles esteve entre as atletas que tiveram uma queda e acabou excluída do pódio. A brasileira Júlia Soares também caiu.
Em relatos para repórteres que acompanharam a competição, as atletas revelaram o possível vilão da história: o silêncio na Bercy Arena, em Paris. As informações são do portal britânico The Guardian.
— O público foi ótimo, exceto quando ficaram fazendo "shhh" na hora da trave — a técnica de Biles, Cecile Landi, afirmou após as provas.
Aparentemente, parte da audiência na arena acreditou que o correto seria silenciar os outros espectadores na hora da prova, uma das mais tensas da ginástica artística. O efeito, no entanto, foi o oposto.
Isso porque as atletas preferem um ambiente mais barulhento, similar ao que elas têm durante seus treinos, na hora de competir.
— Foi muito estranho, (o silêncio) não foi nosso favorito. Nenhuma de nós gostou — declarou a própria Biles a repórteres.
Durante a prova ela também foi ouvida reclamando sobre o caso para sua compatriota Sunisa Lee, que foi uma das atletas a cair da trave.
— Nós conseguíamos sentir a tensão no ambiente. O público estava pedindo silêncio até de nós (ginastas) quando tentávamos torcer. Nós não gostamos disso porque ficou tão silencioso lá — explicou Lee. — Eu amo ouvir minhas colegas torcendo por mim.
Elas teriam pedido para os organizadores adicionarem alguma música ou barulho de fundo na hora da competição na trave, como ocorre no solo, mas não foram atendidas.
A prova foi vencida pela italiana Alice D'Amato, seguida pela chinesa Yaqin Zhou, ambas sem quedas. O bronze também ficou com uma italiana: Manila Esposito, que teve um pequeno desequilíbrio durante a sua performance, mas conseguiu permanecer em cima da trave.