O início das disputas do tênis de mesa por equipes nesta segunda-feira (5) marcará a estreia da primeira atleta paralímpica brasileira a ser convocada para as Olimpíadas. Trata-se de Bruna Alexandre, que teve o braço direito amputado ainda na infância e começou a praticar a modalidade aos sete anos. Aos 29, a catarinense hoje integra o grupo de mesa-tenistas do Brasil que, em Paris, tentará pela primeira vez ganhar um confronto em Jogos Olímpicos.
Natural de Criciúma, em Santa Catarina, Bruna fará sua estreia nas Olimpíadas às 15h (horário de Brasília), ao lado das irmãs Giulia e Bruna Takahashi. O Brasil esteve representado na modalidade nas últimas três edições dos Jogos, mas os grupos sempre foram eliminados na primeira rodada.
A atleta paralímpica teve seu braço direito amputado quando tinha apenas seis meses de idade, em função de uma trombose causada por uma injeção mal aplicada. Aos sete anos, começou a praticar o tênis de mesa convencional, competindo com outras crianças sem deficiência. Assim, antes mesmo de conhecer a modalidade paralímpica, foi convocada para a seleção brasileira infantil quando tinha 11 anos.
No decorrer de sua trajetória, foi bicampeão brasileira e contribuiu com a classificação da equipe para as Olimpíadas de Paris ao ganhar a prata no Pan-Americano da modalidade. Também conquistou o bronze nos Jogos Pan-Americanos 2023.
— O que eu mais fico feliz de jogar o (tênis de mesa) olímpico é mostrar para todo mundo que a deficiência não é nada, que a gente consegue fazer tudo. E é isso que me dá mais motivação de continuar a jogar — disse Bruna ao Olympics.com.
A experiência da atleta abrange quase 18 anos de competições regionais, nacionais e internacionais de tênis de mesa. Ao Olympics.com, Bruna afirmou que o contato com atletas da modalidade convencional ajudou a melhorar seu jogo.
Depois das Olimpíadas, Bruna almeja se tornar a primeira atleta brasileira a conquistar uma medalha de ouro com a modalidade em Jogos Paralímpicos — até agora, o país conta com três pratas e cinco bronzes. A catarinense participou da conquista de quatro delas, sendo um bronze no Rio de Janeiro, em 2016, e uma prata em Tóquio, em 2021, na categoria individual da classe 10.