Um dos momentos marcantes da disputa do judô nesta sexta-feira (2) foi o choro de Rochele Nunes. Derrotada nas oitavas de final para a bósnia Larisa Ceric por estrangulamento, a gaúcha se emocionou ao recordar dos problemas que teve de enfrentar durante a preparação para os Jogos Olímpicos.
A judoca é natural de Pelotas e criada em Canoas. Em 2018, naturalizou-se portuguesa, por isso competiu nos Jogos Olímpicos de Paris pela equipe de Portugal. Na França, teve a companhia dos pais e do irmão mais velho na arquibancada. O que ajudou a amenizar a derrota.
— Eu sempre quis proporcionar isso para eles. Mesmo com a derrota, sei que eles estão completos de estar aqui comigo neste momento. É sempre bom ter o colinho do pai e da mãe — explicou Rochele.
Ajuda à distância
Há seis anos em Portugal, a judoca não viu a distância como um empecilho para tentar ajudar os prejudicados pela enchente no RS, em maio. Sua mãe foi uma delas. A casa, em Canoas, foi alagada, e móveis foram perdidos.
— Ficou quase 1m40cm de água. Foi bem difícil o que aconteceu — comentou Rosângela de Jesus, mãe da judoca gaúcha.
Na época, Rochele estava em reta final de preparação para Paris. Entretanto, abdicou de horas de sono para apoiar na mobilização de outros gaúchos em Lisboa. Algo que não arrepende.
— Os gaúchos em Portugal se mobilizaram e fui para lá. Eu dormia pouco tentando ajudar, depois ainda treinava forte por ter uma Olimpíada pela frente — disse a atleta, que também teve de lidar com a morte recente do irmão mais novo.
— É injusto, ele faleceu só com sete anos. Mas meu amor por ele vai ser eterno — concluiu.