A classificatória do skate street foi realizada neste domingo (28), em La Concorde, na França. As brasileiras Rayssa Leal, Pâmela Rosa e Gabi Mazetto disputaram as oito vagas à final com outras 19 atletas. Mas apenas a maranhense de 16 anos conseguiu avançar. A etapa contava com duas corridas de 45 segundos e cinco tentativas de manobras individuais. Apenas as três melhores notas (uma de corrida e duas de manobras) foram contabilizadas.
Bicampeã mundial, Pâmela Rosa foi a primeira brasileira a ir para a pista. Na segunda bateria, fez uma primeira volta ruim e somou apenas 11.52 pontos. Na tentativa seguinte, recuperou-se e fez 41.48. Nas manobras, desempenho melhor e 80.10 mais 83.65. Os 205.23, no entanto, não foram suficientes para levá-la à disputa de medalhas. Na saída da pista, emocionada, ela deu entrevista e confirmou nova lesão.
— Parece que a história se repetiu. Dois dias antes da competição, eu torci o pé de novo. Mas só de estar aqui, pra mim, é muito gratificante — falou Pâmela, com a voz embargada, lembrando que antes de Tóquio 2020 também teve de competir machucada, com uma lesão no tornozelo.
Estreante em Jogos Olímpicos, Gabi Mazetto também disputou a segunda bateria. E, assim como Pâmela Rosa, somou os pontos da segunda corrida. Na primeira, três quedas fizeram com que a nota fosse apenas 21.07.
Mas na tentativa seguinte, cravou a volta, somando 61.17. Nas manobras, a brasileira acertou apenas uma e somou 83.18. Portanto, fez 144.35 e também foi eliminada na classificatória.
— Estou muito feliz, realizada. Realizei um sonho. Agradecer todo mundo que me acompanha, porque vou continuar andando de skate, galera. Chorei ali já, mas tudo certo — disse Gabi Mazetto, na saída da pista, também emocionada.
Favorita ao ouro, Rayssa Leal foi a última das brasileiras a ir para a pista. Na terceira bateria, era a esperança de o país avançar à final. E ela correspondeu às expectativas, mas foi com emoção. Na primeira volta, teve uma queda e somou apenas 59.88. A segunda tentativa foi ainda pior, com um 35.62.
Com isso, a maranhense precisava de duas notas altíssimas nas manobras para ter chance de avançar. Na primeira, já somou um 85.87. A segunda foi ainda melhor, 88.87. E a partir de então, a performance só cresceu. Na terceira manobra, a maior nota da história do skate street olímpico feminino: 92.68. Nas últimas tentativas, a brasileira resolveu arriscar e acabou caindo.
— Eu acho que poderia ser melhor. Treinei bastante. Todos os dias que eu vim aqui, dei meu melhor. Estava com muito medo do corrimão. Mas a linha é porque é muito mais gente que Super Crown, muito barulho, e eu me deixei levar. Mas agora, se formos pra final, já sabemos o que temos de fazer — avaliou Rayssa na saída da pista.
Restava à Rayssa torcer para que na última bateria três atletas não superassem o seu 241.43, que a deixavam em quinto lugar. E deu certo. Apenas as japonesas Liz Akama e Funa Nakayama ultrapassaram a brasileira. Com isso, terminou em sétimo e lutará por medalha.
A final se inicia ao meio-dia, com a mesma fórmula de disputa da classificatória. Em Tóquio 2020, Rayssa Leal conquistou a medalha de prata.
Classificadas à final
- Coco Yoshizawa (JAP) - 258.92
- Liz Akama (JAP) - 257.99
- Chenxi Cui (CHI) - 254.32
- Chloe Covell (AUS) - 246.73
- Funa Nakayama (JAP) - 245.52
- Paige Heyn (EUA) - 244.29
- Rayssa Leal (BRA) - 241.43
- Poe Pinson (EUA) - 241.12