A mais jovem brasileira a conquistar duas medalhas olímpicas em dois Jogos Olímpicos diferentes, Rayssa Leal escreveu mais um capítulo na sua história do esporte do Brasil neste domingo (28). A jovem de 16 anos conquistou o bronze no skate street feminino e subiu ao pódio pela segunda vez em duas participações — foi prata em Tóquio.
Favorita ao ouro, Rayssa precisou sofrer para conquistar a medalha em Paris. Ela entrou na quinta posição na última rodada de manobras, mas com um flip rock tirou 88,83 pontos e terminou a competição na terceira posição.
— Muito feliz. Mais um superevento que eu não tenho palavras para descrever tudo que eu estou sentindo agora, algo surreal. Vir para a Olimpíada com essa torcida é incrível. Não consigo pensar direito com essa felicidade. Mudou bastante coisa de Tóquio para cá. Muito feliz mesmo — disse à reportagem de Zero Hora logo após subir ao pódio.
Com muitos brasileiros na torcida na pista de skate, a pressão naturalmente recaiu nas costas de Rayssa, visto que Pamela Rosa e Gabi Mazetto não conseguiram classificação para a final. Necessitando de pontuação, a última manobra foi a que decidiu o bronze.
— O pessoal tinha falado que eu precisava de pouca nota, somente do flip rock para passar, ou se eu desse flip smith, eu poderia tentar um segundo lugar, mas era um pouco mais arriscado. A gente optou pelo flip rock, que era pódio direto. Falei para o Mancha (técnico da CBSK), que me ajudou bastante e me deu força. Eu ajoelhei, orei, chorei, e aí eu voltei com mais força também.
Com duas medalhas olímpicas e duas conquistas da SLS SuperCrown, um dos mais importantes torneios da modalidade, Rayssa tem outros objetivos para a sequência da temporada.
— Eu quero poder fazer meu videoparty, agora que acabou o ciclo olímpico. Nunca teve tanta pressão assim em cima de mim, meu time nunca deixou isso chegar. Eu faço bastante terapia para entender tudo isso. Foi da criança para a adolescente, tudo aconteceu muito rápido para mim.