— De onde no Brasil você é? — me perguntou a ministra do esporte Amélie Oudéa-Castéra, 46 anos, uma das principais autoridades envolvidas nas Olimpíadas, logo após eu conversar com o presidente Emmanuel Macron, em evento nesta segunda (22), no Palácio do Eliseu. A titular da pasta havia percebido a bandeira do Brasil bordada na manga esquerda do meu uniforme do Grupo RBS e ficou curiosa.
— Sou de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul — respondi.
A ministra sorriu. Disse que tinha muito carinho pelo estado por conta da época em que jogava tênis profissional e que tinha como uma das suas melhores amigas a tenista gaúcha Miriam D'Agostini, 45 anos, gaúcha de Passo Fundo e número 1 do Brasil nos anos 90.
— Eu era muito amiga da Miriam. Ela regula de idade comigo, e compartilhamos lindos momentos juntas no circuito. Sempre nos divertimos muito. Eu, ela e o pessoal de Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba e outras cidades. Essas amizades significam muito para mim — contou Amélie.
A reportagem de ZH entrou em contato com Miriam, que representou o tênis brasileiro nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996. A ex-tenista demonstrou surpresa e felicidade com a lembrança de Amélie.
— Fiquei muito feliz, é uma surpresa inesperada. A Amélie é uma pessoa muito querida. Tenho uma lembrança muito carinhosa dela. Ao ler essa entrevista, me sinto como se estivesse reencontrando uma antiga colega de aula. E achei muito bacana ela ter lembrado de mim e feito essa conexão com o Rio Grande do Sul. Mostra que é um carinho recíproco. E fico muito feliz em saber que ela é ministra do esporte na época das Olimpíadas — disse Miriam, que, coincidentemente, viajará a Paris com a filha Gabriela, 18 anos, nos próximos dias para assistir às Olimpíadas e espera reencontrar Amélie.
Na conversa com ZH, a ministra relembrou ainda o relacionamento que teve com o ídolo do tênis brasileiro Gustavo Kuerten, quando o catarinense fez história ao conquistar o torneio de Roland Garros, em 1997, com apenas 21 anos.
— Tenho lembranças realmente fantásticas dos meus anos no tênis. Tive a oportunidade de conhecer o Gustavo Kuerten, assim como o seu técnico Larri Passos, seu ex-treinador e tivemos um ótimo convívio. Quando ele venceu o primeiro Roland Garros, tive muita sorte de estar perto dele. Sempre gosto de relembrar esses momentos de quando éramos jovens e quando estávamos no circuito de tênis juntos, eu e toda a seleção brasileira — contou.
Pelo conhecimento do Rio Grande do Sul, Amélie acompanhou as notícias da enchente que devastou o estado em maio.
— Eu vi as imagens e percebi o quanto deve ter sido duro para o povo do Rio Grande do Sul. Nós realmente esperamos que as Olimpíadas possam proporcionar alegria e união ao povo do estado neste momento de reconstrução. E que o Brasil possa ser bem-sucedido em várias modalidades, que dê orgulho ao seu povo e que isso ajude um pouco a aliviar a dor das pessoas que vivem no estado — disse.