Sorte e competência. Assim pode ser definido o trabalho do francês Jerome Brouillet, que conseguiu clicar o surfista brasileiro Gabriel Medina "nos ares" do Taiti durante as oitavas de final da modalidade das Olimpíadas de Paris. Nesta terça-feira (30), os fotógrafos Jefferson Botega e Mateus Bruxel, de Zero Hora, analisaram no programa Timeline, da Rádio Gaúcha, como o profissional conseguiu a imagem que rodou o mundo.
Botega lembrou que Brouillet é especializado em surfe. Isto é, tem domínio do tema que fotografa. Para o fotógrafo do Grupo RBS, conseguir se antecipar ao momento que seria eternizado foi fundamental.
— Bingo da France Press (agência), que colocou um fotógrafo de surfe em um barco, junto com outros 10 fotógrafos. Só o Jerome tem essa foto. É como quando você vai fotografar futebol ou passarela de moda. Você já conhece aquele jogador que puxa mais para a esquerda. Você já conhece aquela modelo que posa de certa forma, assim ou assado — explicou Botega.
Bruxel afirma que estar alerta era essencial para conseguir fotografar a situação. A prova em si já havia acabado e a tendência era que as equipes de imagem se desmobilizassem.
— É o bom e velho estar no lugar certo, na hora certa. Isso envolve o fotógrafo conhecer o contexto que ele está cobrindo. É saber que o Medina tem esse comportamento quando está competindo, que ele costuma se jogar. E estar alerta o tempo inteiro — comentou Bruxel.
Na estética, a imagem também recebeu "nota 10" dos fotógrafos da ZH.
— É perfeito. Há sincronia. Os dois verticais (a prancha e o Gabriel Medina). A organização simétrica da foto. Parece que ele está pisando na nuvem — analisou Botega.
Veja, abaixo, a participação de Jefferson Botega e Mateus Bruxel no programa Timeline.