As aberturas das Olimpíadas reservam momentos que entram não só para a história dos Jogos, como também cenas que ficam marcadas na história da humanidade. Nos últimos 118 anos, desde que foi realizado o primeiro evento da Era moderna, em Atenas, na Grécia, diversos acontecimentos chamaram a atenção para o evento — seja pelo surpresa que causaram seja pelo simbolismo que representaram.
Faltando pouco para os jogos de Paris 2024, cuja abertura será no dia 26 de julho, GZH separou 10 dos episódios mais memoráveis que ocorrera nas cerimônias de aberturas dos Jogos.
1) Rio de Janeiro 2016: Gisele Bündchen, a garota de Ipanema
Na edição mais recente, a modelo gaúcha Gisele Bündchen atraiu os olhares do mundo todo na abertura da primeira Olimpíada realizada na América do Sul, em 2016. No Maracanã, local onde foi realizada a cerimônia, a top model desfilou pouco mais de 100 metros ao som de Garota de Ipanema, a mais canção brasileira mais conhecida do mundo, de autoria de Tom Jobim, que foi incontáveis vezes regravada, inclusive com uma versão célebre na voz do cantor Frank Sinatra.
2) Londres 2012: rainha Elizabeth II e James Bond chegam de paraquedas
O ponto alto da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 foi quando um helicóptero parou sobre o estádio olímpico e duas figuras icônicas do Reino Unido saltaram da aeronave. Simbolicamente, seriam a rainha Elizabeth II e o agente secreto James Bond (que à época era interpretado pelo ator Daniel Craig). Eles chegaram a gravar vídeos promocionais para a ocasião, mas o salto de paraquedas foi realizado por dublês.
3) Atlanta 1996: com Parkinson, Muhammad Ali acende a pira olímpica
Considerado o maior boxeador de todos os tempos, o americano Muhammad Ali foi o encarregado de levar a chama da tocha olímpica até a pira nos jogos de Atlanta, em 1996. Terra natal do pastor Martin Luther King Jr., a cidade é um ponto importante do movimento negro nos Estados Unidos, local perfeito para que fosse o Ali condutor do principal símbolo olímpico — ele se destacou ao longo da carreira não só pelas conquistas, mas também pelos seus fortes posicionamentos em relação à igualdade racial no país.
A aparição do pugilista foi uma surpresa na cerimônia e causou preocupação aos organizadores por causa de seu estado de saúde, já que enfrentava a doença de Parkinson. No entanto, foi planejado um acionador para que a lenda do boxe não precisasse subir a escadaria onde se encontrava a pira.
Quando ainda se chamava Cassius Clay, o pugilista fez sua primeira aparição a nível mundial nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, onde sagrou-se medalhista de ouro.
4) Barcelona 1992: a flecha de fogo
O momento do acendimento da pira também foi destaque nos jogos de Barcelona, em 1992. A organização da cerimônia escalou o arqueiro paraolímpico espanhol Antonio Rebollo, que lançou uma flecha em chamas em direção à pira. Na prática, a flecha não chegou a atingir seu alvo e o fogo foi aceso automaticamente, mas isso não tira o brilho do momentos, que foi um dos momentos mais emocionantes da história das aberturas dos Jogos.
5) Pequim 2008: o show de fogos que iluminou o céu da China
Em 2008, os chineses estavam dispostos a mostrar para o mundo uma imagem diferente do país e usaram as Olimpíadas como um instrumento dessa nova Era. Na abertura dos Jogos, o ponto alto foi a apresentação de fogos de artifício que marcou o encerramento da cerimônia.
A pirotecnia lançada de toda a borda do Estádio Olímpico de Pequim, que ficou conhecido como Ninho do Pássaro, deslumbrou todos os presentes, mas foi ainda mais impactante para aqueles que assistiam pela televisão, pois o espetáculo foi editado digitalmente para corrigir imperfeições na captura das imagens.
6) Los Angeles 1984: o voo com mochila propulsora
Historicamente, as Olimpíadas também são momentos de as nações demonstrarem seu poder político e tecnológico. Em meio à Guerra Fria, os Estados Unidos estavam dispostos a apresentar parte daquilo que eram capazes de desenvolver e, na abertura dos jogos de Los Angeles, em 1984, e chocaram o mundo quando Bill Suitor apareceu voando impulsionado por uma mochila a jato. O inesquecível voo de jetpack, como é conhecido o objeto que se imaginava fazer parte somente do universo da ficção científica, percorreu toda a circunferência do estádio olímpico.
7) Moscou 1980: as pirâmides humanas
Marcado por um boicote de diversas nações em protesto à invasão da União Soviética ao Afeganistão, os jogos de Moscou apresentaram na sua abertura uma das mais belas apresentações de todos os tempos. Em 1980, os soviéticos encerraram a cerimônia com a formação de pirâmides humanas que chegaram a sete andares. Os participantes vestiam roupas de diferentes cores, proporcionando um espetáculo impressionante e inesquecível.
8) Sidnei 2000: a aborígene que acendeu a pira
O momento de passar a chama da tocha para a pira olímpica na edição de Sidnei dos Jogos teve a intenção de passar uma mensagem de união. Em 2000, a corredora australiana de ascendência aborígene Cathy Freeman foi a responsável pelo ato simbólico, em país marcado pela exploração dos povos nativos.
Na competição, Cathy Freeman seguiu fazendo história e venceu a final da prova de velocidade dos 400m, medalha que foi a 100ª da história do seu país e a primeira de ouro conquistada por um atleta de origem aborígene.
9) Atenas 1906: o primeiro desfile de nações
O desfile das delegações, que se consolidou como uma das principais marcas das cerimônias de abertura dos Jogos, ocorre desde a primeira edição, realizada em Atenas, na Grécia, em 1906. A tradição, mantida desde então, é um símbolo do orgulho nacional, quando seus representantes se apresentam para o público presente e para os demais atletas carregando as bandeiras de seus países.
Talvez um dos momentos simbólicos mais impactantes tenha ocorrido na cidade que sedia os jogos que se iniciam nesta sexta-feira (23). Na primeira vez que Tóquio recebeu as Olimpíadas, Yoshinori Sakai, nascido em 6 de agosto de 1945, em Hiroshima, dia em que a cidade japonesa foi bombardeada pelas bombas atômicas americanas, foi o condutor da chama olímpica até a pira. O ato foi um mensagem dos japoneses representando a paz e a resiliência pós-Segunda Guerra Mundial.