A 10ª e última etapa da temporada da World Surf League (WSL), a liga mundial de surfe, começou nesta sexta-feira (11), em Teahupo'o, no Taiti. A competição irá definir a lista dos cinco finalistas homens e mulheres que disputarão o Finals, que será realizado em Trestles, na Califórnia, no próximo mês de setembro.
O evento na Polinésia Francesa também serve como evento-teste para os Jogos Olímpicos de Paris, já que a disputa do surfe na Olimpíada de 2024 se dará exatamente na onda mais temida do mundo.
E o Brasil, que nos Jogos de Tóquio em 2021 teve o primeiro campeão olímpico da história na modalidade, o potiguar Ítalo Ferreira, entrará como um dos favoritos. Dessa forma, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) já preparam a base de apoio para a equipe que disputará a competição no próximo ano.
A equipe brasileira será uma das poucas com um local exclusivo para suporte no Taiti, e a operação está sendo testada durante esta etapa do Circuito Mundial da WS.
João Chianca, Tatiana Weston-Webb e Yago Dora estão hospedados em uma pousada localizada a poucos metros da praia de Teahupo'o. Filipe Toledo, atual líder do ranking e com vaga carimbada para Paris 2024, e o tricampeão mundial Gabriel Medina, também estão utilizando a estrutura montada por COB e CBSurf, mesmo que não estejam hospedados no local.
O diretor de Alto Rendimento do COB, Ney Wilson, e o gerente de Alto Rendimento e Operações Internacionais, Sebastian Pereira, estão no Taiti e ficarão até o final da etapa da WSL para avaliar o local e os serviços que serão oferecidos aos surfistas brasileiros.
— Essa ação do COB no Taiti é fundamental para detalharmos toda a operação para os Jogos Olímpicos de 2024. Temos de ser muito assertivos, buscar soluções dos problemas encontrados e entender a visão dos atletas e treinadores. O Brasil possui uma equipe formada por grandes surfistas com potencial de medalhas olímpicas. Então, precisamos ter um cuidado nos serviços oferecidos e entendermos o que podemos evoluir até os Jogos Olímpicos. E nada melhor do que estarmos presentes no local de uma etapa importante para testarmos a nossa operação. O Taiti é um local único, que os atletas já estão habituados a vir anualmente e não queremos interferir e modificar suas características. Estamos construindo juntos um ambiente bastante adequado, mas mantendo todos os serviços de excelência que o COB sempre busca em suas missões — afirma Ney Wilson.
Já classificada para os Jogos de Paris, a gaúcha Tatiana Weston Webb, que já conhecia o local que serve como base do COB, aprovou o que foi apresentado.
— O COB montou uma estrutura incrível aqui em Teahupo'o e, certamente, estaremos muito bem nos Jogos Olímpicos no ano que vem. Temos tudo na mão aqui. Chef cozinhando, barco, jet ski para resgate, fisioterapia, academia. Com tudo isso que o COB está nos dando aqui, nos sentimos muito confortáveis, mais confiantes e preparados — avalia a atual oitava colocada do ranking mundial.
A base de apoio no Taiti disponibiliza aos atletas os serviços de transporte aéreo e terrestre, alimentação brasileira, hospedagem, serviços médicos, fisioterapia, área de força e condicionamento, vídeo-análise, além de um jet ski para resgate e barco de apoio.
Para os Jogos Olímpicos, o Brasil já tem Filipe Toledo e Tatiana Weston Webb classificados. João Chumbinho (4º lugar no ranking mundial), Yago Dora (5º) e Gabriel Medina (6º) disputam a segunda vaga masculina. A delegação brasileira pode ainda ter um terceiro atleta caso seja campeã por equipe no ISA Games do ano que vem, em Porto Rico. No feminino, o Time Brasil pode alcançar mais uma vaga caso conquiste a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023.