O primeiro dia oficial de competições nas Paralimpíadas de Tóquio acabou com o Brasil subindo ao pódio em quatro oportunidades — todas elas nas águas do Centro Aquático, na natação. O ouro, a prata e os dois bronzes deixam o país na sétima posição no quadro de medalhas após o término das competições desta quarta-feira (25).
A modalidade é uma das que tornam o país em uma das principais potências paralímpicas. Além das quatro de Tóquio até então, o Brasil já conquistou 102 medalhas na natação em Jogos Paralímpicos, sendo 32 de ouro, 34 de prata e 36 de bronze. É a segunda modalidade que mais medalhas deu ao Brasil nas Paralimpíadas, atrás apenas do atletismo (142).
Esportes de maior conhecimento público, caso da natação, são também maneiras que pessoas com deficiência encontram para serem mais bem aceitas perante a sociedade. Devido à profissionalização da atividade, a modalidade, que era utilizada como lazer ou até mesmo reabilitação, passou a ser também um esporte de alto rendimento.
A seleção brasileira de natação paralímpica ganhou a primeira medalha na modalidade no ano de 1984, nos Jogos Paralímpicos que aconteceram em Stoke Mandeville, na Inglaterra. Na ocasião, o Brasil faturou um ouro, cinco pratas e um bronze. Desde então, a natação brasileira não deixou de conquistar medalhas nas Paralimpíadas.
Com um Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) forte e apoio do governo federal e da iniciativa privada, mais atletas começaram a ter destaque nas águas internacionais. Em Atenas, em 2004, Clodoaldo Silva, sozinho, conquistou seis medalhas de ouro.
Com Clodoaldo como inspiração, outros atletas surgiram na natação paralímpica. Daniel Dias, por exemplo, é o maior vencedor e o maior medalhista da história do Brasil em Paralimpíadas. Com o bronze de Tóquio, ele já conquistou 25 medalhas desde que começou sua trajetória em 2008, em Pequim: 14 ouros, sete pratas e quatro bronzes.
Essa, inclusive, será a última Paralimpíada de Daniel, mas a nova geração já vem com força. Dois "Gabrieis" estrearam no quadro de medalhas e no maior evento poliesportivo do mundo. O Araújo, de 19 anos, foi o primeiro brasileiro a subir no pódio no Japão. O Bandeira, de 21, venceu o primeiro ouro para o Brasil.