No último dia da vela em Tóquio, as gaúchas Fernanda Oliveira e Ana Barcachan competiram na regata da medalha e concluíram sua participação ficando na última posição, insuficiente para levá-las ao pódio da classe 470. Essa é a terceira participação consecutiva da dupla na final das Olimpíadas.
— Nós já fomos sexto e oitavo em outras edições dos Jogos. Então, a regata de hoje pedia que a gente tentasse alguma coisa diferente para tentar subir na classificação. Isso acabou não acontecendo. Não conseguimos ir para o grupo da frente no início da regata e ainda cometemos um erro no final que ainda passaram dois barcos por nós, que comprometeram duas posições no geral. A gente já sabe que se não arrisca, não anda na frente. É um balanço difícil de fazer. Mas estamos felizes com a campanha que a gente fez, vencendo duas regatas da série — afirmou Fernada.
As velejadoras chegaram na competição com poucas chances de medalha, pois dependiam também de outros resultados para subir ao pódio. Além de terem de chegar na primeira ou segunda colocação para garantirem a medalha, as brasileiras também precisavam torcer para que o barco da Polônia terminasse em nono ou 10º lugar e a embarcação eslovena abaixo da quinta posição. Mas as velejadoras polonesas, ainda com chance de conseguir a medalha de prata, largaram bem na regata, mantendo-se sempre entre as cinco primeiras posições.
O lugar mais alto do pódio acabou ficando com as britânicas Hannah Mills e Eilidh McIntyre, que se sagraram bicampeãs olímpicas. As polonesas Agnieszka Skrzypulec e Jolanta Ogar, conseguiram subir para a segunda colocação e ficaram com a prata. O bronze ficou com as francesas Camille Lecointre e Aloise Retornaz.
A difícil combinação de resultados que as brasileiras precisavam se dá ao fato de que, na vela, os resultados das baterias anteriores são levados para a final, esta valendo o dobro da pontuação de uma regata classificatória. O objetivo das atletas é acumular a menor pontuação possível ao final das provas.
— Queria agradecer a todo mundo que torceu por nós. Sabemos o quanto foi difícil para o público do Brasil acompanhar os Jogos de madrugada, mas essa energia acabou chegando aqui. Obrigado pela torcida e pelo carinho — disse Fernanda ao final da prova.
Fim da parceria
A regata desta quarta-feira não marcou apenas o fim da participação de Fernanda e Ana nos Jogos de Tóquio, mas também o fim da parceria entre elas.
— Eu sabia que ia ser um momento especial, não só pelo ciclo, por toda a magia dos Jogos Olímpicos que a gente já conhece, mas eu sabia que seria especial pelo encerramento dessa parceria tão especial, de 12 anos, um terço da minha vida velejando com ela. E é uma coisa que me dá muito prazer e me fez muito feliz nesse tempo. Cresci como atleta, como pessoa, aprendi muita coisa e o choro não é por causa de resultado, porque resultado depende de muita coisa, a gente já tá cascorada dessa situação, de vez em quando, às vezes, as adversárias estão melhores, mas, sim, pelo fim desse ciclo, por tudo que a gente construiu, pelo meu crescimento pessoal, é momento muito especial para mim — desabafou Ana.
Classe 470 masculino
Mais cedo, os australianos Mathew Belcher e Will Ryan venceram o ouro na disputa masculina da classe 470. A dupla chegou em primeiro lugar na medal race, deixando os suecos Anton Dahlberg e Fredrik Bergstrom para trás por . Em terceiro lugar terminou os neozelandeses Paul Snow-Hansen e Dan Willcox, mas quem levou o bronze foram os espanhóis Jordi Xammar e Nicolas Rodriguez Garcia-Paz, que terminaram a última prova em quinto lugar.