Uma renovada seleção brasileira feminina de vôlei está em Tóquio para tentar a conquista da terceira medalha de ouro olímpica. Das 12 convocadas, três estiveram nos Jogos Rio-2016: as ponteiras Gabi, Fernanda Garay e Natália, sendo que as duas últimas foram campeãs olímpicas em Londres-2012, assim como a oposta Tandara. As demais farão sua estreia nos Jogos Olímpicos.
Apesar de ter oito estreantes, o time brasileiro é apontado como um dos favoritos ao pódio e tem no seu comandante, o experiente José Roberto Guimarães, um trunfo. O treinador é o único campeão olímpico no masculino e no feminino. Ele dirigiu os homens em Barcelona-1992 e as mulheres no bicampeonato de 2008-12.
— É uma edição diferente em todos os sentidos, em vários aspectos, por tudo que aconteceu. Um ano de atraso, infelizmente, por causa da pandemia, apreensão muito grande para todos. Depois de um ano estamos aqui, prontos para começar. Será um momento importante para todos, em função do que passamos, com expectativa, espera, não jogamos nem treinamos em 2020 e isso muda a dinâmica do grupo — comenta o técnico que completará 67 anos no dia 30 de julho.
Com o adiamento dos Jogos para 2021, o calendário olímpico, e das principais competições internacionais, foi bastante afetado e isso modificou o planejamento de todas as equipes. No vôlei, por exemplo, a última edição da Liga das Nações foi a grande preparação para a Olimpíada.
— A nossa preparação que começou em Saquarema e passou pela Liga das Nações, com 17 jogos, foi um momento importante onde conseguimos estar juntos, com jogos importantes. Alguns times não levaram equipes principais, como Itália e Sérvia. A China começou sem o time principal, mas depois levou o considerado titular. Foi muito boa essa preparação, o time jogar, porque é diferente de treinamento. O trabalho feito depois da Liga e essa aclimatação aqui em Sagamihara (cidade localizada na província de Kanagawa) foram fundamentais para lapidar o time nessa fase final— avalia Zé Roberto, que prevê dificuldades na partida de estreia contra a Coreia do Sul:
— Expectativa da estreia contra a Coreia é de jogo difícil, um adversário que sempre nos complica, tem sido sempre assim com equipes asiáticas e nós não esperamos nada diferente. Jogo difícil, mas precisamos começar bem os Jogos Olímpicos, mas elas (jogadoras) estão focadas na competição e isso está sendo muito importante. Eles tem uma jogadora excepcional que eu levei em 2012 para o Fenerbahçe, a Kim (Yeon-Koung) , que é excepcional e carrega o time. É um time que joga com muita velocidade, variações de jogadas e também com uma excepcional defesa. Um time que tem que ter muita paciência e calma pra jogar, com atenção e foco nos contra-ataques delas.
Na última segunda, o Brasil enfrentou a Itália em jogo amistoso e acabou superado por 3 sets a 1, com parciais de 25/21, 23/25, 25/17 e 25/22, em confronto que aconteceu em Itabashi, no Japão.
A equipe brasileira ingressará na Vila Olímpica nesta quarta-feira (21) e passará a treinar na capital japonesa até a estreia marcada para o domingo, às 9h45, na Ariake Arena.