Por ser um país de monocultura esportiva, onde tudo que ocorre no futebol tem enorme relevância, o Brasil encontra dificuldade de lidar com as outras modalidades. Aqui, a unha encravada de um jogador do Flamengo, por exemplo, repercute mais do que a medalha de bronze conquistada por um brasileiro em Campeonato Mundial de qualquer esporte. E isso, claro, se reflete no investimento das grandes marcas.
Outro exemplo vem do nosso Estado, o Rio Grande do Sul, onde a dupla Gre-Nal domina não só o noticiário esportivo, como também monopoliza os investimentos. Até por isso, não temos equipes de vôlei e basquete, duas modalidades em que já fomos campeões das principais ligas nacionais. Sem dinheiro, não há como manter projetos. O futsal, o megatime de judô da Sogipa e a forte equipe de ginástica do Grêmio Náutico União são exceções, que merecem grande reconhecimento.
Sem investimento, é difícil mostrar resultado, que no final acaba balizando tudo, inclusive o volume de recursos que pode ser investido. Em um país em crise, os cortes aumentam, e o esporte, que pode ser transformador, sempre é um dos primeiros alvos _ assim como a cultura e a educação, que têm papel semelhante na sociedade.