A espera finalmente acabou. Onze anos depois, Bruno Lins, José Carlos Moreira, Sandro Viana e Vicente Lenílson receberam, nesta quinta-feira (31), a medalha de bronze dos Jogos Olímpicos de 2008. Em cerimônia realizada no Museu Olímpico, em Lausanne, na Suíça, os atletas que representaram o Time Brasil no revezamento 4x100m rasos em Pequim subiram ao pódio e entraram de vez na galeria de medalhistas olímpicos brasileiros.
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi representado na cerimônia pelo campeão olímpico Rogério Sampaio, atual diretor-geral da entidade.
— Foi uma cerimônia emocionante. Ser atleta olímpico já é algo que glorifica a história deles no esporte, mas ser medalhista muda o patamar. Mesmo que tardiamente essa premiação representa esse reconhecimento. Para mim, que conquistei o ouro em 1992, participar de um momento histórico do esporte olímpico brasileiro, ver uma medalha ser entregue para os nossos atletas no Museu Olímpico, em Lausanne, foi inesquecível — afirmou o medalhista de ouro no judô em Barcelona 1992.
O quarteto recebeu as medalhas das mãos de Bernard Rajzman, medalha de prata do vôlei em Los Angeles 1984 e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).
— Pessoalmente, como brasileiro e medalhista olímpico, estou profundamente feliz e emocionado. Representar o país no maior evento esportivo do mundo é magnífico, alcançar uma medalha olímpica é simplesmente de tirar o fôlego. Dou minhas boas-vindas ao seleto grupo de medalhistas olímpicos — destacou Bernard.
O terceiro lugar da equipe brasileira foi confirmado no ano passado após o jamaicano Nesta Carter ter sido flagrado em exame antidoping posterior aos Jogos de Pequim. Com a comprovação do doping, a equipe da Jamaica teve que devolver a medalha de ouro.
Com isso, Trinidad & Tobago herdou a medalha de ouro. O Japão passou de terceiro para segundo e o quarteto do Brasil, que fez 38s24, ficou com o bronze. Vicente Lenílson é o único dos quatro que já tinha uma medalha olímpica, prata em Sydney 2000, na mesma prova.
— Me passou um filme de tudo que tive que fazer de treino, de renúncia, de dedicação, de ausência da família para estar nos Jogos de Pequim. Subir ao pódio olímpico é mágico. Eu estive em 2000, mas hoje não senti diferença dessa sensação. Não é só estar no estádio, é receber o que é seu por direito. Agora, estou num patamar acima. Poucos têm uma medalha olímpica, e menos ainda tem duas. Agora eu cuido de um projeto social, devolvendo um pouco do que o atletismo me deu — disse o velocista, que ainda participou dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004.
Com a medalha do revezamento 4x100 m masculino, o Brasil passa a ter 17 pódios nos Jogos de Pequim. Esta também é a 17ª medalha olímpica do atletismo. Na história dos Jogos Olímpicos, os atletas brasileiros acumulam 30 medalhas de ouro, 36 de prata e 63 de bronze.