Os escândalos de doping envolvendo atletas da Rússia podem deixar o país sem representantes para os Jogos Olímpicos de Tóquio, entre julho e agosto de 2020, no Japão. A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) deu prazo de três semanas para que a Rússia apresente explicação sobre a suspeita de que o órgão estatal tenha manipulado dados do laboratório de Moscou antes de entregá-los em janeiro deste ano.
Caso seja comprovada a fraude, o país pode ser suspenso novamente e, na pior das hipóteses, ficar sem representantes oficiais sob a bandeira russa. Existe ainda o risco de que os atletas russos sejam impedidos de disputar o Mundial de Atletismo, que começa na próxima sexta-feira (27) no Catar. Ao menos 29 competidores do país foram inscritos como neutros.
— A Wada deu à Rússia um prazo de três semanas para dar explicações sobre supostas manipulações ocorridas na base de dados do laboratório de Moscou. Esta resposta será dada — disse Alexei Ivlev, chefe do Comitê Observador da Agência Russa Antidopagem (Rusada, na sigla em inglês), nesta segunda-feira (23).
Margarita Pakhnotskaya, diretora-geral do órgão russo, negou a informação de que a Agência Mundial Antidoping suspeite da Rússia e afirma que a instituição "não tirou conclusões após a verificação do banco de dados". Já Michael Ask, chefe do Instituto Nacional das Organizações de Antidoping (Inado, na sigla em inglês), disse não ter sido informado sobre a abertura de um processo contra a Rússia.
— Fui informado pela Wada sobre o caso na sexta-feira passada. Me disseram que um processo formal seria instaurado, o que significa que o país teria três semanas para responder as perguntas sobre as imprecisões nos dados coletados em janeiro — afirmou Ask, defendendo novas sanções ao esporte russo.