A dois anos dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) prefere não divulgar uma meta de medalhas para o evento, como fez no ciclo anterior. Mas um objetivo é claro: a entidade espera manter ou ampliar o número de modalidades que rendam pódios.
Na preparação para a Rio 2016, o COB projetou que o investimento poderia levar o Brasil ao top 10 em total de medalhas, mas as 19 conquistadas pelo Time Brasil renderam o 12º lugar. Se for considerado o número de ouros, o país foi o 13º colocado. Atualmente, a estratégia é não gerar pressão sobre atletas e confederações com antecedência. Embora os dirigentes já tenham números em mente, eles só serão revelados ao fim de 2019.
— Nosso foco é manter a quantidade de modalidades medalhistas acima de dez. Mas não estabelecemos números neste momento de quantidade de medalhas nem responsabilidade de cada esporte em trazê-las. Avaliaremos nossa real condição de pódios ao final de 2019, ao final de todos os Campeonatos Mundiais — disse o gerente geral de alto rendimento do COB, Jorge Bichara, em apresentação para a imprensa nesta segunda-feira (23).
No Rio, as medalhas vieram de 12 esportes: os tradicionais atletismo, futebol, judô, vela, vôlei e vôlei de praia; ginástica artística, considerada "em evolução"; taekwondo e tiro esportivo, que retornaram ao pódio; e canoagem velocidade e maratona aquática, modalidades novas no quadro brasileiro.
Atualmente, 30 atletas ou equipes estão no top 3 do mundo, 25 aparecem entre 4º e 10º e 38 figuram entre 11º e 20º. Atletismo, boxe, canoagem velocidade, canoagem slalom, ciclismo bmx, ciclismo mtb, judô, ginástica artística, hipismo saltos, caratê, maratona aquática, natação, skate, surfe, tênis de mesa, vela, vôlei de praia e vôlei tiveram resultados significativos em 2018 e animam os dirigentes para a Olimpíada. Outros esportes, como o judô, tradicionalmente geram expectativa pelo histórico nos Jogos.
— O judô carrega sempre em nossa história, nosso melhor resultado em Jogos Olímpico em quantidade de medalhas. O vôlei é uma modalidade extremamente tradicional. Mas não existe medalha certa e sim, trabalho e processos de renovação implantados nas confederações — disse Bichara.
O Comitê projeta 250 atletas classificados para Tóquio 2020, número aproximado dos 259 de Londres 2012 e abaixo dos 465 da Rio 2016 — o que é normal, uma vez que os países-sedes sempre obtêm mais vagas. A ambientação ao palco do evento já começou, com visitas de equipes às bases do Time Brasil. Ao todo, serão oito, de aclimatação ou apoio.
Só em 2018, o COB informou que terá investido R$ 153 milhões na preparação. Os dirigentes acreditam que será possível manter esse patamar anual nos próximos dois anos. A entidade intensificou o trabalho de marketing após a Copa do Mundo e pretende mostrar sua nova imagem, após uma série de mudanças nos procedimentos de gestão e aumento de participação dos atletas, para atrair investidores privados.
— Acreditamos que até o final deste ciclo olímpico o montante apresentado para este ano poderá ser mantido — afirmou o gerente geral Rogério Sampaio.