O Comitê Olímpico do Brasil vem sentindo os efeitos da crise econômica no país, o que já afeta o orçamento para a Olimpíada de 2020, em Tóquio. Com todos os contratos de patrocínio prestes a se encerrarem, a entidade considera abrir novas frentes de financiamento para bancar a preparação das delegações.
Nos últimos quatro anos, o comitê contou com cerca de R$ 1,4 bilhão para tentar colocar a nação entre as 10 primeiras no quadro de medalhas, considerando o total de pódios. O resultado foi o 12º lugar na Olimpíada do Rio. O certo é que este patamar não se repetirá no próximo quadriênio. Os recursos provinham de fontes distintas, como a Lei Agnelo/Piva, governo federal e patrocínios de confederações, clubes e atletas. Tanto os aportes públicos quando privados tendem a ser reduzidos.
– Não se pode comparar o patamar de investimento de Jogos Olímpicos dentro de casa. Nenhum país conseguiu (manter para o ciclo seguinte). Mas o importante é que eles existam e cresçam – afirmou Nuzman, minimizando o impacto da crise no esporte. – A renovação é algo fácil. Todos têm sentido. O período de final de ano não facilita, mas certamente teremos resultados. A manutenção dos patrocinadores que já conhecem o trabalho seria muito importante. Sejamos nós, confederações ou atletas. Esperamos que sigam. Mas muitos que não estiveram conosco já mostraram interesse – destacou o cartola.
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Mesmo quem subiu ao lugar mais alto do pódio não se livra da dor de cabeça com a incerteza de verba. É o caso das velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze, campeãs olímpicas na classe 49erFX. Elas aguardam a aprovação de recursos da Embratel por meio da Lei de Incentivo, bem como outras fontes.
– Eles estão esperando a aprovação do governo, mas com essa crise danada no estado fica um pouco difícil. O projeto não foi adiante. Mas ficamos felizes que outros patrocinadores continuam nos apoiando – disse Martine.
Nesta quinta-feira, Nuzman e as velejadoras participaram da cerimônia de parceria de 10 anos entre a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) e a BR Marinas, que administra a Marina da Glória. O local serviu de base para as competições da modalidade no Rio 2016. As atletas autografaram o colete que foi usado por Kahena nos Jogos. Ele ficará na futura sede da CBVela, no mesmo local, exposto à visitação do público.
– Receber esta homenagem é uma honra para nós. Ganhamos a medalha de ouro aqui na Marina da Glória, que agora passa a ser a casa da vela brasileira. Esperamos que mais gente venha aqui para conhecer e praticar o nosso esporte – disse Martine.
*LANCEPRESS