Dezessete dias depois de o Brasil se despedir da Olimpíada, o Rio de Janeiro voltará a sentir o clima dos Jogos. Em menor proporção, mas com a mesma essência: confraternização, disputas e superação para ultrapassar os próprios limites. A partir desta quarta-feira até o dia 18, será realizada a 15ª edição da Paraolimpíada, a primeira na América do Sul. O evento, com 4.350 competidores de 160 países, terá como primeiro ato a cerimônia de abertura, marcada para as 18h, no Maracanã.
Organizado pelo Comitê Paraolímpico Internacional, o evento reunirá atletas com paralisia cerebral, deficiências motora e visual e amputados. Os competidores são classificados e divididos pela deficiência e pelo grau dela – por exemplo, amputados competem entre si, enquanto os atletas com diferentes graus de deficiência visual são reunidos em grupos semelhantes.
Leia mais:
A história de dez atletas paraolímpicos que vencem limites para representar o Brasil na Rio 2016
De olhos fechados: fique por dentro das modalidades da Paraolimpíada
Thomas Bach não estará na cerimônia de abertura dos Jogos Paraolímpicos
21 atletas paraolímpicos brasileiros que você deveria conhecer
A delegação brasileira será composta por 285 competidores (185 homens e cem mulheres) – um recorde nas participações do Brasil em Jogos Paraolímpicos. O objetivo do país, considerado uma potência paraolímpica, é chegar ao quinto lugar no quadro geral de medalhas, superando a sétima colocação de Londres 2012, quando foram conquistadas 21 medalhas de ouro, 14 de prata e oito de bronze. Na Olimpíada que terminou recentemente, para efeito de comparação, o Brasil teve a sua melhor colocação – 13º, com sete ouros, seis pratas e seis ouros (19 no total).
O presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, afirma que os atletas do país chegam aos Jogos do Rio após a melhor preparação da história.
– Neste ciclo, participamos com bons resultados em inúmeros campeonatos mundiais e competições internacionais, o que nos deixa bastante confiantes. Nossa meta é ousada, mas factível. Temos certeza de que o público que for aos estádios ou que assistirá pela TV vai se emocionar com as vitórias brasileiras. Nossa promessa é hino todo dia – destaca.
Entre as principais apostas do Brasil está o nadador Daniel Dias, 28 anos, que tem 15 medalhas no currículo. Foram nove em Pequim 2008 – quatro de ouro, quatro de prata e uma de bronze – e mais seis em Londres 2012, quando o paulista ganhou todas provas que disputou na classe S5 (limitações físico-motoras). No atletismo, destaque para Terezinha Guilhermina, 37 anos e seis medalhas paraolímpicas.
Durante a competição, serão distribuídas 2.642 medalhas. Todas terão um dispositivo em aço que emitirá sons decrescentes do ouro ao bronze para que os portadores de deficiência visual possam reconhecê-las. Também trarão a inscrição "Rio 2016 Paralympic Games" em braile.
NÚMEROS
12 dias de Jogos (de 7 a 18 de setembro)
160 países
4.350 competidores
22 esportes
285 atletas compõem a delegação brasileira (185 homens e 100 mulheres)
528 medalhas de ouro estarão em disputa: 226 para mulheres, 38 mistas e 264 para homens
2.642 será o total de medalhas distribuídas
30 mil voluntários
2,4 milhões de ingressos foram colocados à venda
HISTÓRIA
A primeira edição da Paraolimpíada foi disputada em 1960, em Roma, e contava apenas com atletas que usavam cadeira de rodas – somente em 1976, outros tipos de deficiência foram aceitos nos Jogos. No total, 400 atletas participaram do evento em Roma, e nenhum esporte contava com mais de três competidores, o que garantiu medalhas a todos.
Até 1988, a Paraolimpíada não era disputada necessariamente na mesma sede da Olimpíada. A partir de Seul, os Jogos Paraolímpicos sempre foram realizados na sequência da Olimpíada, na mesma sede, e com os mesmos locais de competição.
OS PAÍSES COM MAIS MEDALHAS
OURO PRATA BRONZE TOTAL
1º) EUA 697 615 627 1.939
2º) Grã-Bretanha 529 517 511 1.557
3º) Alemanha 451 451 421 1.323
4º) Canadá 347 289 311 947
5º) Austrália 339 357 317 1.013
OS ATLETAS COM MAIS MEDALHAS
1º) Trischa Zorn (EUA), natação – 41 ouros, 9 pratas e 5 bronzes. Total: 55
2º) Béatrice Hess (FRA), natação – 20 ouros e 5 pratas. Total: 25
3º) Michael Edgson (CAN), natação – 18 ouros e 3 pratas. Total: 21
4º) Jonas Jacobsson (SUE), tiro – 17 ouros, 4 pratas e 9 bronzes. Total: 30
5º) Roberto Marson (ITA), atletismo/esgrima – 16 ouros, 7 pratas 3 bronzes. Total: 26
*ZHESPORTES
