Parece que Renaud Lavillenie e Thiago Braz voltaram a se falar. O francês, que perdeu o ouro para Thiago no salto com vara, foi consolado pelo rival brasileiro e por Sergei Bubka, um dos maiores saltadores da história. Logo após a final, na noite de segunda-feira, em coletiva, Thiago revelou que há mais de um ano os dois não se falam. Na entrevista, perguntado sobre sua relação com o brasileiro, o francês deixou bem claro que sim: não nutre muita simpatia pelo adversário.
Durante a disputa, na qual Thiago levou a melhor e ainda bateu o recorde olímpico, a torcida vaiou. Lavillenie não gostou e encarou a manifestação do público como desrespeitosa. Nesta terça-feira, o dono do recorde mundial na modalidade voltou a ser vaiado pelo público durante a entrega das medalhas. No pódio, Lavillenie chorou.
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A atitude de vaiar o francês acabou sendo repreendida por Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional:
– Comportamento chocante do público ao vaiar Renaud Lavillenie no pódio de medalhas – declarou, em entrevista publicada no Twitter do Comitê Olímpico Internacional.
A nova vaia foi quase uma vingança da torcida brasileira pelas declarações que Lavillenie deu ao longo do dia posterior à disputa. Primeiro, classificou como um ato desrespeitoso e culpou a torcida:
– Não consegui manter o foco totalmente no salto – disse.
Depois, Lavillenie comparou o ato ao caso Jesse Owens. Em 1936, a Alemanha, sob o comando de Hitler, recebeu os Jogos Olímpicos. Quando o atleta norte-americano, que era negro, foi fortemente vaiado pelo público que estava no Estádio Olímpico de Berlim.
– Em 1936, o público estava contra Jesse Owens. Não víamos algo assim desde então – afirmou Lavillenie.
Até mesmo a imprensa francesa publicou que o atleta não foi feliz na comparação. A mesma imprensa ajudou a alimentar a polêmica entre Lavillenie e os brasileiros. Em uma licença literária, o repórter Anthony Hernandez, do Le Monde, apontou no texto da publicação que o técnico "sentiu forças místicas, talvez as do candomblé", para explicar o ouro de Thiago Braz.
Mas parece que o mal entendido foi superado. Quando subiram ao pódio para receberem suas medalhas, um dia depois da disputa olímpica, Thiago pediu para o público maneirar nas vaias e fez questão de aplaudir o adversário. Lavillenie vestiu sua prata e ouviu o hino brasileiro derramando lágrimas. O brasileiro fez questão de se reaproximar do francês. O gesto foi publicado no Twitter Este conteúdo foi produzido pelo COI.
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