Há quatro anos a dupla Fernanda Oliveira e Ana Barbachan, gaúchas da classe 470 da vela, deve imaginar esta quarta-feira, o dia da Medal Race, em que poderia conquistar a sonhada medalha olímpica. O dia chegou, mas não nas circunstâncias que elas esperavam. Em nono lugar, as duas não têm mais chance de buscar um lugar no pódio.
Com bons resultados durante todo o circuito internacional nos últimos quatro anos, Fernanda e Ana viveram seus melhores momentos no início e no fim da preparação, em 2013 e 2016. Mesmo nas outras temporadas do ciclo, foram presença constante entre as medalhistas das competições. Credenciaram-se, assim, a repetir o bom desempenho no Rio de Janeiro, algo que para Fernanda significaria a conquista da segunda medalha, já que foi bronze, ao lado de Isabel Swan, em Pequim 2008.
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O ciclo das gaúchas foi marcado pelo nascimento da filha de Fernanda, no fim de 2013. A pequena Roberta virou mascote da dupla ao redor do mundo, já que a mãe velejadora fez questão de levá-la para as competições. Tinha a ajuda de uma babá que cuidava da pequena quando estava na água.
Antes da Olimpíada, a dupla temia que as imprevisíveis condições climáticas da Baía de Guanabara impedissem a desejada regularidade de desempenho em todas as regatas, algo necessário para figurar nas primeiras colocações. Pois seus resultados oscilaram bastante após um primeiro dia constante, em que conseguiram dois quintos lugares.
As duas regatas seguintes foram ruins, com um 10º e um 13º lugar. A recuperação parecia ter iniciado, mas a dupla foi desclassificada da etapa seguinte. O 9º lugar na sétima regata não foi suficiente para recolocar as velejadoras na briga direta por medalhas. A esperança era se posicionar com chances de pódio a partir de um bom desempenho nesta terça-feira, um dia cheio, com três regatas.
Os resultados não foram dos piores, com um sétimo e um quinto lugar, mas a 15º colocação na nona regata eliminou qualquer chance de alcançar a dupla eslovena, terceira colocada com 21 pontos de vantagem para as brasileiras.
Nesta quarta, a partir das 13h5min, Fernanda e Ana vão para a água encerrar, com gosto um tanto amargo, um ciclo de quatro anos de vitórias dentro e fora d'água.