Um queniano – como quase sempre acontece – ganhou a maratona na Rio 2016. Eliud Kipchoge, seis provas de 42.195 na vida e seis vitórias, ficou com a medalha de ouro ao fazer o tempo de 2h8min44seg. Em segundo lugar, ficou o etíope Feyisa Lilesa (2h9min54seg) e em terceiro o norte-americano Galen Rupp, 2h10min5seg). Paulo Roberto de Paula foi o melhor brasileiro na prova, chegando em 15º, 5min12seg depois do campeão.
Todos estavam de olho no eritreu Ghirmay Ghebreslassie, 20 anos e atual campeão mundial. Ele buscava a inédita dobradinha medalha de ouro e campeonato mundial. Só que Ghebreslassie acabou em quarto. Descobriu que não corria sozinho. Ombreado com ele, estavam seus compatriotas eritreus, os etíopes (até porque a Eritreia é um pedaço da Etiópia que se separou) e nomes de peso como o ugandês Stephen Kiprotich, ouro em Londres 2012, e o queniano Stanley Biwott, 40 anos, prata em Atenas 2004 e ganhador da Maratona de Nova York em 2015. E os outros dois quenianos, Elud Kipchoge e Wesley Korir. Porque queniano correndo é como Pelé jogando.
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Os brasileiros apostavam suas fichas, além de em Paulo R. de Paula, oitavo em Londres 2012, em Marilson dos Santos, quinto em 2012, e em Solonei da Silva, campeão da Maratona de Porto Alegre em 2010. Marilson acabou em 59º, e Solonei em 78º.
Claro que os africanos formaram um pelotão e, com um quarto da prova, se desgarraram correndo com pace incrível – 1km a cada 3min. Isso apesar da chuva que começou a castigar o Rio ainda na noite de sábado. A umidade alta dificulta a transpiração dos atletas e aumenta a dificuldade.
A chuva também estragou a sequência de cartões postais do Rio como pano de fundo da maratona. Com o dia cinza, pontos de extrema beleza como a Enseada de Botafogo e a vista para o Cristo Redentor perderam um pouco do encantamento. Como para os cariocas não há tempo ruim, muitos foram para as ruas curtir a passagem dos atletas e aproveitar o evento ao ar livre no último dia dos Jogos.
No KM 30, sete corredores formaram um pelotão na frente Seis africanos, (dois etíopes, três queanianos e um ugandês) e o norte-americano Rupp, infiltrado. A liderança estava com o etíope Lemi Berhanu
A 10 quilômetros do fim, Kipchoge tomou a dianteira. A essa altura, o pelotão da frente tinha quatro corredores: o queniano, os dois etíopes e o norte-americano. Pouco antes disso, o etíope Lilesa cometeu o maior dos seus erros. Liderava e chamou o queniano com a mão, numa provocação. O queniano aceitou e ninguém mais o segurou. Nos últimos quilômetros estava com o pace de 2min51seg – algo sobrenatural.
*ZHESPORTES