Medalha de bronze em Londres e responsável por colocar o pentatlo na paisagem dos brasileiros, Yane Marques começou atrás na busca pela segunda medalha. A porta-bandeira da delegação na abertura dos jogos conseguiu 16 vitórias no primeiro dia de disputa, com 35 combates na esgrima. Yane está em 21º lugar e precisará se desdobrar nas provas de hoje.
O pentatlo é das mais exigentes modalidades, com esgrima, natação, hipismo e o combinado de corrida e tiro. Nestes Jogos, ele começa com 35 combates na esgrima – é como o Brasileirão de pontos corridos, todos contra todos. Cada duelo tem um minuto, no máximo. Portanto, foi dia só de esgrima na Arena da Juventude.
Leia mais
De desconhecida à porta-bandeira do Brasil: Yane Marques é favorita no pentatlo moderno
A meta do técnico Thales Metre era Yane fechar com 22 a 24 vitórias na esgrima, o que lhe daria 238 pontos – a líder foi a polonesa Okttawa Nowacka, com 262, número fora da curva. A previsão era de que, com esse aproveitamento, a brasileira entraria com bom ranking. Thales não estava errado. Yane seria terceira com essa pontuação e começaria com grandes e chances de medalha a extenuante sexta-feira. A agenda prevê nesse dia quase um ironman:
- 200 metros livres na natação;
- Disputa bônus de esgrima, que pode ajudar a recuperar pontos perdidos na véspera.
- Hipismo com um cavalo a ser sorteado e com o qual o atleta terá apenas 20 minutos para se familiarizar;
- O combinado, com 3,2 mil metros de corrida e quatro paradas para tiro com uma arma a laser, em que precisam acertar um alvo a 10 metros de distância.
O primeiro dia para Yane, no entanto, ficou aquém do imaginado. E também de suas médias nas últimas competições – entre 20 e 22 vitórias. Mas, perdoem-me pelo clichê, o pentatlo é uma caixinha de surpresas. O perdedor do primeiro dia pode muito bem fechar o segundo no pódio.
Thales aposta na origem de nadadora de Yane e em sua precisão nos saltos para recuperar o tempo perdido na esgrima. É tempo mesmo. Porque os pontos são convertidos em tempo. O desafio da brasileira estará na pista. A corrida é seu calcanhar de Aquiles.
Para ganhar tempo de recuperação e manter sua atleta concentrada para o dia decisivo, o técnico passou ao lado de Yane na zona mista e avisou:
- Ela só fala amanhã (sexta-feira), pessoal.
Mas para que sua entrevista seja de sorrisos e comemorações como foi em Londres, a brasileira precisará de um dia de superação. Mas não dá para duvidardela. Para quem saiu da pernambucana Afogados de Ingazeira e virou atleta de ponta nada é impossível. Pelo contrário, tudo é bem possível. E ainda tem o fato de que o pentatlo, meus amigos, é uma caixinha de surpresas.
*ZHESPORTES