Para o atacante Gabriel Jesus – um dos mais abatidos pelo início ruim do Brasil nos Jogos Olímpicos –, acha que tudo pode mudar com um gol. Em entrevista ao UOL, após o empate sem gols contra o Iraque, em Brasília, o jogador que foi substituído no começo do segundo tempo falou em falta de sorte.
– Está afetando, lógico (o emocional). Não só dos brasileiros, mas nosso também. Estamos doidos atrás desse gol. Tenho certeza que, quando fizermos um, vai abrir a porteira e vamos concluir mais a gol. Estamos tentando, a gente tem que tirar essa zica o mais rápido possível. Esse jogo fica no passado, temos que vencer para nos classificarmos em primeiro lugar – afirmou Gabriel Jesus, compreensivo com as vaias.
– O brasileiro tem que entender que o futebol mudou e ficamos parados. Estamos retornando, prefiro mil vezes empatar do que perder – acrescentou o atacante.
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Mas Gabriel Jesus, que acaba de ser negociado com o Manchester City-ING, acredita que o Brasil pode sim seguir adiante.
– Com certeza estou confiante. Não podemos dar como perdido. Temos que colocar em prática como a gente vem colocando. É o gol. Fazendo o gol, tudo muda – prevê.
Saindo de fininho
Após segundo empate na Olimpíada, a seleção brasileira rompeu o protocolo e, ao invés de sair por uma área próxima ao escanteio, onde concedem entrevistas a jornalistas, os atletas foram para o vestiário pela saída no meio de campo. E não escaparam das vaias d e de gritos
Depois, Neymar passou pela zona mista de jornalistas com fones de ouvido e não falou com a imprensa. A situação revoltou o narrador Galvão Bueno, da TV Globo.
– As milhões de pessoas que estão em casa têm direito, sim, de ouvir. O seu ídolo, o seu jogador, aquele que joga com a camisa da seleção brasileira. É feio, muito feio, não é profissional, não é ético e não é correto, sair de campo o time inteiro e se negar a falar. Alguém tinha que assumir e falar – disparou.
Galvão chegou até a contrariar o ex-jogador Ronaldo, que participou da transmissão como comentarista.
– Acho que eles vão falar depois de tomar banho, esfriar a cabeça, são jogadores jovens, é de praxe _ tentou minimizar Ronaldo, ao que o narrador rebateu: _ É, mas não está certo.
A presença do ex-tenista Gustavo Kuerten no estúdio também foi usada por Galvão para criticar os jogadores da seleção.
– Quantas vezes você perdeu? Normalmente se perde mais do que se ganha. Mas se negou a falar? – questionou ele.
– Acho que nunca na minha vida, porque na derrota também tem coisas boas para falar. E nas derrotas é que a gente acorda no outro dia e melhora – respondeu Guga.
Ronaldo, por sua vez, fez uma crítica polêmica à atitude da seleção brasileira na partida.
– Não vejo mais futebol bonito. Eu não vejo diferença nenhuma desse jogo para o primeiro e para nenhum da Copa América. Não vejo ninguém dar um carrinho, ficar bravo. Chegar, gritar, xingar, cuspir no cara. Você não vê ninguém reagindo – comentou.