O técnico até então desconhecido, mas agora único a ser campeão olímpico em nossa história, mostrou-se sereno e sem arroubos na sua primeira entrevista como na condição de personagem. Mas Rogério Micale deixou uma frase, em resposta a um jornalista inglês, que repercutirá. Ele disse assim, perguntado sobre a importância da vitória para retomar o orgulho ferido após o 7 a 1:
– O nosso futebol não está morto. O mundo tem de saber disso. Somos apaixonados, e isso às vezes atrapalha na questão do planejamento, mas tenho muito orgulho de ser brasileiro. Jogamos pelo povo. Com trabalho e todos se ajudando, sem individualismos, é possível vencer até um belo e entrosado time como a Alemanha.
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Micale entende que a geração medalhista de ouro é boa, mas o segredo da conquista foi o conjunto, ancorado na consciência tática.
– Se houver amadurecimento tático, teremos muito sucesso no futuro – projetou o técnico.
Ele dedicou a vitória para sua mulher Silvana e as três filhas. Revelou que chorou muito ao final do jogo, mas em seguida recobrou a sobriedade peculiar. Não quis falar sobre jogadores a serem aproveitados por Tite, que convoca na segunda-feira os jogadores para as partidas das Eliminatórias contra Equador e Colômbia. Mas fez questão de mencionar Neymar:
– Aos 24 anos, o que falta a ele? Só uma Copa do Mundo. Caminhará para isso, tenho certeza. Estará na galeria dos nossos grandes craques, com certeza.