Pelo primeiro set, parecia que ia ser moleza, mas não existe barbada com uma tricampeã olímpica do outro lado da rede, no caso a norte-americana Walsh. No final, as brasileiras Larissa e Talita perderam para Walsh e Ross por 2 a 1 (21/17, 17/21 e 9/15) na disputa pelo bronze do torneio de vôlei de praia dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Walsh foi festejar a medalha com o marido. Deu-lhe um beijo apaixonado. Bonito vê-la vibrando pelo bronze mesmo tão acostumada a frequentar o lugar mais alto do pódio.
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O primeiro set mostrou a tática das americanas: sacar em Talita, para tirar Larissa do ataque. E Talita respondeu positivamente, virando várias bolas com força, largadinhas e bloqueios. O animador do jogo, que o vôlei de praia é um show mesmo, com música até durante os pontos, em alguns casos, a anunciava assim:
– Talita, a soberana!
E ela foi mesmo a soberana, garantindo a vitória no primeiro set por 21 a 17, com Larissa defendendo tudo, como se fosse um zagueiro no fundo da quadra. E sempre forçando o saque em cima de Ross, para impedir o ataque da gigante Walsh. Houve troca de pontos até o décimo segundo, quando o Brasil abriu vantagem e não mais a perdeu.
– No saque, a melhor do mundo! – era a exclamação do sistema de som.
E o público respondia:
– Larissa!
Na plateia, o ex-nadador e medalhista de prata Gustavo Borges torcia com intensidade. No segundo set, as americanas voltaram decididas a recuperar o prejuízo, mas esbarraram no volume de jogo bem superior das brasileiras. Quando Walsh e Ross não conseguiam escapar do ataque de Larissa, então, aí vinha uma bomba que produzia um buraco na areia,
Talita e Larissa foram administrando uma vantagem de dois pontos em quase todo o segundo set, mas perderam o controle a certa altura. Os EUA empataram em 1 a 1 com a veterana Walsh, 38 anos, 1m91cm e tricampeã olímpica, arrasando. No segundo set, placar invertido do primeiro: 21 a 17, só que para os EUA.
No terceiro e decisivo set, Walsh foi uma gigante não só na altura, especialmente no bloqueio. Foram sete. A dupla americana cresceu. Passou a pontuar em ralis longos, ganhando moral e abrindo vantagem quase impossível e buscar. Walsh bloqueava e vibrava como se fosse criança, contagiando até a torcida brasileira. Os EUA fecharam em 15 a 9, ficando com a bronze e tirando uma medalha na contagem para brasileira para sonhar com o top 10 no quadro geral.