Nunca antes na história desse país a ginástica artística masculina por equipes havia chegado a uma final olímpica. Aliás, nunca ela havia chegado a uma Olimpíada. Por isso, quando Diego Hypolito, Arthur Zanetti, Sérgio Sasaki e Francisco Barretto tiveram a vaga confirmada para a decisão desta segunda-feira, às 16h, houve lágrimas e comemoração fora do normal.
Mas a comemoração durou apenas até os ginastas saírem do Arena Olímpica. Quando desceram na Vila Olímpica, menos de dois quilômetros depois, a ordem foi concentrar e pensar apenas na final e na rotina dura que virá nesta semana, já que os brasileiros também garantiram lugar em seis finais individuais.
Ou seja, nada de cair nas tentações da Vila e de sua Zona Internacional que fervilha nestes dias de calor e início de Jogos no Rio. À noite, depois do jantar, a ordem foi dormir e moderar nos smartphones e redes sociais. Os técnicos e chefe de equipe, Leonardo Finco, que também é treinador do Grêmio Náutico União, pretendem blindar ao máximo os ginastas.
– Não proibimos o celular e a internet, mas aconselhamos que evitem o excesso – diz Finco, há oito anos na coordenação da equipe de ginástica masculina e exultante com a cristalização de 20 anos de ginástica com a vaga na final.
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Neste domingo, logo às 8h, houve treino leve na Vila dos Atletas, um complexo de estruturas temporárias de lona branca ao lado da Vila. Nada de saltos ou gasto de energia nas argolas. Os ginastas fizeram alongamento e alguns exercícios leves. Nada de entrevistas ou distrações. Mas como segurar a ansiedade até depois do almoço desta segunda-feira? A resposta de Finco dá o tom do poder de concentração adotado pela equipe:
– Como passar o tempo? Fisioterapia, crioterapia (imersão no gelo), recuperação e descanso.
Além da concentração máxima, o Brasil conta com dois outros trunfos. O primeiro é o fato de entrar sem o fardo do favoritismo. Isso fica com chineses e japoneses. O outro trunfo é a torcida e sua vibração que encanta os técnicos adversários.
– Além de ginásios lotados, a vibração e a forma de torcer desperta a atenção de quem vem competir no Brasil. As outras seleções estão adorando – conta Finco.
Se os gringos já estão encantados, imagina o que dirão da torcida se a equipe masculina garantir uma medalha. E dessa equipe, não se duvida de nada. Afinal, nunca na história desse país eles foram tão longe. Mesmo estando em casa.
Quando assistir?
Hoje – Final por equipes
Quarta-feira – Individual geral, Arthur Nory e Sérgio Sasaki
Domingo – Solo, Diego Hypolito e Arthur Nory
Segunda-feira, 15/8 – Argolas, Arthur Zanetti
Terça-feira, 16/8 – Barra Fixa, Francisco Barreto