Antes mesmo do fim da partida, os olhos lacrimejados dos jogadores da seleção de rúgbi de sete de Fiji integravam que algo especial estava para acontecer. O apito que deu fim à partida contra a Grã-Bretanha, nesta quinta-feira, em Deodoro, sacramentou, além da vitória de Fiji por 43 a 7, a primeira medalha de ouro olímpica do esporte em 90 anos e a primeira da história do país.
O bronze ficou para a seleção da África do Sul, que venceu mais cedo o Japão por 54 a 14. Com um time forte e rápido, Fiji terminou o primeiro tempo da partida com cinco "tries" (quando o jogador coloca a bola no chão da área adversária). A Grã-Bretanha não passou do meio de campo na primeira etapa. A torcida brasileira presente ao estádio apoiou a seleção de Fiji, como gritos como "Olê, olê, olê, Fiji, Fiji". Em menor número, e diante do massacre em campo, os britânicos pouco se manifestaram durante a partida.
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No segundo tempo, a seleção britânica ainda tentou uma reação com um "try", mas foi insuficiente. Faltando cinco minutos para o fim do segundo tempo, jogadores de Fiji já choravam de emoção com a conquista inédita. A força do país da Oceania nessa modalidade de sete (sete jogadores de cada lado) não é um surpresa.
O país estava entre os favoritos a medalha da revista "Sport Illustrated", ao lado da seleção australiana. Colonizada pelos britânicos, dos quais se tornou independente em 1970, Fiji – país composto por 332 ilhas – tem como técnico o inglês Ben Ryan. Sua equipe ganhou praticamente tudo que disputou neste ano.
Fiji disputa os Jogos Olímpicos desde Melbourne, em 1956, mas nunca havia conquistado uma medalha olímpica até a vitória desta quinta-feira. O rúgbi participou de Olimpíadas de 1900 a 1924, mas a disputa era apenas na modalidade masculina e com 15 atletas em cada um dos times, e não os sete atuais.