Para chegar ao objetivo traçado para a Olimpíada, o Brasil terá de superar seis adversários em uma ferrenha luta para integrar o grupo dos 10 países com maior número de medalhas. A má notícia é que estamos três pódios atrás do G-10.
Desde o início do ciclo, o COB avisou que utilizaria o número total de medalhas como balizador, e não o quadro que leva em conta apenas o número de ouros, relegando às pratas e bronzes a condição de critério de desempate.
Até o início da noite de ontem, o Brasil figurava na 15ª colocação no quadro que leva em conta o total de pódios. O 10º lugar estava dividido entre Holanda, Coreia do Sul e Canadá, cada um com 14. A Hungria tinha 13, o Cazaquistão, 12, e atrás dos brasileiros, a Nova Zelândia contava com 10.
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Antes dos Jogos, o COB trabalhava com a ideia de que oito nações seriam inalcançáveis. Estados Unidos, China, Rússia, Grã-Bretanha, Austrália, França, Alemanha e Japão são potências em outro patamar. Sobrariam dois lugares no Top 10, mas a Itália, com excelente desempenho, dificilmente sai do grupo de elite. Até aqui, tem 23 medalhas.A meta de 27 a 30 pódios, mencionada no início da preparação, era apenas uma projeção do que o Comitê esperava ser necessário para figurar entre os 10 primeiros. Mais perto da Olimpíada, dirigentes da entidade afirmaram que seria possível chegar ao Top 10 com menos medalhas.
Outro objetivo era "medalhar" em 10 ou mais modalidades. Até aqui, sete esportes – judô, boxe, atletismo, ginástica, canoagem, tiro esportivo e natação, com a maratona aquática – contribuíram. O vôlei de praia já tem garantidas, no mínimo, duas medalhas com a participação nas finais de Bruno e Alison e Ágatha e Bárbara. Larissa e Talita brigarão pelo bronze.
Além das areias, há o volêi masculino, que está nas quartas de final e enfrentará a Argentina. O futebol masculino também tem medalha garantida. Não é o caso do feminino, que tentará o terceiro lugar.
Esporte com trajetória vitoriosa em Olimpíadas, a vela dificilmente terá conquistas além da dupla Martine Grael e Kahena Kunze, da classe 49erFX. As duas têm se mantido entre as três primeiras desde o início da competição.
Com um desempenho abaixo do esperado em carros-chefe como vela e judô (com três medalhas, o resultado foi pior do que o de Londres 2012), o Brasil precisará da contribuição de modalidades pouco tradicionais.
A porta-bandeira Yane Marques é uma boa aposta no pentatlo moderno, já com a experiência de ter conquistado o bronze nos últimos Jogos. A maratona sempre pode trazer alguma surpresa, e há a marcha atlética feminina, em que Érica de Sena tem registrado bons resultados.
Só com alguns heróis inesperados o Brasil cumprirá sua meta. A julgar pelo sucesso de nomes como Thiago Braz e Arthur Nory, não é exatamente uma missão impossível.