Quase 20 anos depois, Neymar ressuscitou uma das mais célebres frases da história da Seleção Brasileira. Ao sair do jogo em que completou uma reviravolta de vilão a herói e deu ao Brasil um título que nem as mais talentosas gerações do país conseguiram, repetiu Zagallo após a final da Copa América de 1997.
– Olha, tenho muita coisa para falar mas ainda não encontro palavras. Só quero agradecer a Deus, minha família, meus amigos e meus companheiros pelo momentos difíceis. No começo da competição, quando fomos criticados, quando falaram da gente e nós respondemos com o futebol. É uma das competições mais felizes da minha vida. Mas é isso aí, fazer o que? Agora vão ter que me engolir! – declarou o atacante, após a conquista do título olímpico em entrevista à TV Globo.
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A declaração, um tanto polêmica, encerra uma passagem atribulada, cheia de altos e baixos do principal jogador brasileiro. Certo é que ele não vai esquecer tão cedo das duas semanas olímpicas. Especialmente do desfecho.
O pranto descontrolado, com o corpo estirado no gramado após confirmar o ouro, foi das imagens marcantes do Brasil nos Jogos. Aliviado, Neymar comandou a festa do título, não sem antes despejar uma dose de ressentimento ao ir aos microfones com a "homenagem" ao Velho Lobo.
Não foi a única frase forte do craque.
– Hoje eu me sagrei campeão e entrego a faixa de capitão. Foi uma honra, mas a partir de hoje deixo de ser. Até mando mensagem ao Tite que ele pode procurar outro capitão – afirmou em entrevista ao SporTV.
A esperança agora é de que a cobrança de pênalti certeira do camisa 10 seja o marco do retorno a tempos mais gloriosos, como aqueles em que Zagallo era criticado, mas tinha nas mãos uma Seleção campeã do mundo e com estrelas como Ronaldo, Rivaldo, Cafu e Roberto Carlos.
Não há talentos hoje como nos anos 1990, mas o time olímpico mostrou que é possível tornar intenso o brilho de sua estrela, sem depender dela. Assim, ofereceu ao craque a chance de redenção. Talvez esteja aí a receita para a Seleção principal.
*ZHESPORTES
