O Brasil voltou a jogar mal e não saiu de um empate em 0 a 0 com o Iraque, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. A classificação às quartas de final dos Jogos do Rio depende agora de uma vitória sobre líder do Grupo A, Dinamarca, nesta quarta-feira, em Salvador. Caso contrário, corre sério risco de deixar a Olimpíada, no que seria mais um dos grandes vexames do futebol nacional. Saiba o que a seleção precisa fazer para avançar na competição.
Assistir à seleção olímpica de Rogério Micale jogar é um exercício de paciência e sofrimento. Nada indica que a equipe vá deslanchar e apresentar um futebol decente na Olimpíada. O time sobrevive de lampejos pessoais, mas a aparição deles tem sido rara até aqui. Diante do Iraque, já sem a desculpa da ansiedade pela estreia no torneio, e com mais de 60 mil torcedores absolutamente dispostos a apoiar o time, o Brasil voltou a jogar mal.
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Em vez de Neymar e companhia passarem a pressionar os visitantes, quem quase marcou no início do jogo foi o Iraque. Marquinhos falhou pelo alto e Abdulraheem desviou de cabeça, acertando a trave. Enquanto que Gabriel Jesus de forma constrangedora tentava cavar um pênalti, Attwan mandava uma bomba perto do travessão de Weverton.
A partir dos 30 minutos, a seleção decidiu se impor em campo. Foram pelo menos três bons lances de ataque e um gol anulado, devido ao impedimento de Neymar. Mas ainda faltava um jogo coletivo. Aos 41, em jogada individual, Neymar foi derrubado na entrada da área. O camisa 10 cobrou, na barreira, e, no rebote, Renato Augusto acertou o travessão. Aos poucos, o Iraque parecia se transformar em uma espécie de Argentina. A cada paralisação de jogo, começavam as discussões entre os jogadores (sabe-se lá em que língua), além de empurra-empurra. Ao final do primeiro tempo, vaias – porque nem a torcida de Brasília teve paciência com a falta de gols da seleção.
No segundo tempo, com Luan no lugar de Felipe Anderson, a seleção tentou transformar superioridade em gols. Sem sucesso, Micale ainda trocou Gabriel Jesus por Rafinha. O Iraque se defendia bem e o goleiro Hameed se mostrou um mestre da cera, quase um arqueiro portenho – a torcida se vingava gritando "bichaaaaa", a cada tiro de meta que ele cobrava. Aos 15 minutos, Luan cruzou em curva para a área e Neymar chegou atrasado.
A seleção olímpica está avaliada em quase R$ 1 bilhão. A do Iraque, talvez valha 5% disso. Ainda assim, o Brasil não conseguia pressionar. E a torcida não tolerava mais os erros. A cada falha, vaias. E, uma vez mais, os jogadores foram se enervando e precipitando os lances nos quais deveriam ter um pouco mais de inteligência para concluir.
Agora, caberá vencer a Dinamarca em Salvador. Ou deixar a Olimpíada.
FICHA TÉCNICA
BRASIL X IRAQUE
Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF)
Data: 7 de agosto de 2016, domingo
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Ovidiu Hategan (ROM)
Assistentes: Octavian Sovre (ROM) e Sebastian Gheorghe (ROM)
Cartões amarelos: Thiago Maia (Brasil), Douglas Santos (Brasil), Rodrigo Caio (Brasil) Ali (Iraque), Kareem (Iraque), Hameed (Iraque), Tariq (Iraque) e Luaibi (Iraque).
BRASIL: Weverton; Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Thiago Maia, Renato Augusto e Felipe Anderson; Gabriel, Gabriel Jesus e Neymar
Técnico: Rogério Micale
IRAQUE: Hameed; Khalaf, Nadhim, Adnan e Ismail; Ali Husni, Tariq, Abdulameer e Attwan; Ahmad e Kareem
Técnico: Abdul Ghani
*ZHESPORTES