Alison é só tamanho. Basta conversar com o gigante de 2m3cm por alguns minutos para perceber que o apelido Mamute só em nada tem a ver com seu temperamento. Trata de um sujeito extremamente carismático e doce. Até nisso ele e Bruno casam bem. O sobrinho de Oscar Schmidt é mais reservado, calcula bem o que fala. É a cabeça da dupla que, nesta quinta-feira, às 23h59min, eles estarão na arena de Copacabana para buscar a terceira medalha de ouro para o vôlei de praia do Brasil. Eles vão enfrentar os italianos Paolo Nicolai e Daniele Lupo.
Depois de despachar os holandeses Brouwer e Meeuwsen, Alison cumpriu uma jornada extra depois de sair da quadra. Primeiro, atendeu com paciência aos jornalistas. Concedeu coletiva para grupos. Tomo o caminho de saída da zona mista, mas parou para conversas individuais. Respondeu todas as perguntas, mesmo as mais triviais.
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– De onde você é?
– Espírito Santo, de Vitória.
É verdade que você não gostava de vôlei e sua mãe o obrigou a jogar?
– É, eu gostava mesmo era de futebol. Gosto até hoje, assisto aos jogos, acompanho. Mas agradeço a ela por ter me obrigado a jogar.
Sobre as diferenças entre o jogador de prata em 2012 e o da final desta quinta-feira, Alison respondeu umas seis ou sete vezes. Sempre com um sorriso no rosto e a maior das paciências.
– Talvez se tivesse ganho o ouro não estaria aqui em Copacabana. Seria outra cabeça, teria cumprido um ciclo olímpico diferente.
Outra pergunta carimbada foi sobre Emanuel. O Mamute respondeu umas cinco ou seis vezes.
– O Emanuel, já disse isso, se estivesse em atividade, seria com ele que jogaria. Sigo com o que falei em 2012: se pudesse, daria alguns anos da minha vida para ele, para vê-lo jogar mais vezes.
Emanuel até apareceu na zona mista para abraçar o amigo. Mas ele estava tão entretido com os jornalistas que nem percebeu. Emanuel deu meia volta e foi embora com Ricardo, com quem fez dupla de ouro antes de jogar com Alison.
Ao sair da Arena, o Mamute parou para selfies com alguns VIPs que estavam na área restrita aos jornalistas. Um cinegrafista pediu uma foto com ele, que atendeu prontamente. Enquanto isso, Bruno esperava em pé, com a toalha branca cheia de areia na mão. Conversava com o pai e o tio, o apresentador do Fantástico Tadeu Schmidt. Que também foi dar um abraço em Alison.
Dali, os dois foram dar início à concentração para a decisão desta quinta-feira contra a dupla italiana Pablo Nicolai e Daniele Lupo. Não sem antes Alison parar para atender aos torcedores, desta vez na Avenida Atlântica, em frente ao posto 2. Bruno também parou. Mas saiu em seguida. Ele é o cabeça da dupla. Alison, o coração. E do tamanho de um mamute.
*ZHESPORTES