Um relatório realizado pela Agência Mundial Antidopoing (Wada, na sigla em inglês) foi divulgado nesta segunda-feira. Nele, a comissão independente confirmou a existência de um esquema de manipulação do controle antidopagem durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, realizado em Sochi, na Rússia.
Com 103 páginas, o documento atesta as denúncias relatadas pelo ex-diretor do laboratório nacional antidoping russo, Grigory Rodchenkov, de que as alterações das amostras ocorriam com o consentimento do governo russo, através do controle e supervisão do Ministério do Esporte da Rússia. Ainda, laboratórios de Sochi e Moscou e agências governamentais como a FSB, (antiga agência de espionagem KGB), davam assistência para acobertar as fraudes.
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Através de uma rede social, o porta-voz da Wada, Ben Nichols, comentou o resultado do relatório e se mostrou espantado diante do escândalo. Inclusive, ele defendeu o banimento de toda a delegação russa em competições internacionais, incluindo os Jogos do Rio Janeiro. A mensagem, no entanto, foi deletada pouco mais de uma hora após a sua publicação.
"A investigação de McLaren revela o mais deliberado e perturbador abuso de poder que já vi no esporte. Um esquema através de 30 esportes significa que não é mais possível haver presunção de inocência. A Wada pede ao movimento esportivo que negue aos atletas russos a participação em competições internacionais, inclusive do Rio, até que uma 'mudança de cultura' seja alcançada", escreveu Ben Nichols no Twitter.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) também se manifestou e prometeu estudar com calma as alegações descritas no documento, em particular as que envolvem a ligação antidopagem com Ministério do Esporte da Rússia. Ainda, o presidente do COI, Thomas Bach, confirmou que o país poderá sofrer sanções nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que têm início no próximo mês.
– As conclusões do relatório mostram um ataque chocante e sem precedentes sobre a integridade do desporto e sobre os Jogos Olímpicos. Portanto, o COI não hesitará em tomar as mais duras sanções disponíveis contra qualquer indivíduo ou organização implicada – afirmou Thomas Bach.