Desempregado há pouco mais de um mês, o vigilante Eduardo Alberto Torres, de 33 anos, natural de Apucarana (PR), disse na tarde desta terça-feira, que planejou com antecedência a tentativa de apagar a tocha olímpica no Centro de Joinville.
Ele diz não estar arrependido do protesto. O vigilante vai responder um termo circunstanciado na Justiça, uma espécie de processo simplificado pelo qual pode ter de pagar a pena em dinheiro ou até em serviço social.
Ele mora na zona Sul de Joinville há oito anos e está procurando um trabalho. Mas não foi o desemprego que o motivou.
- Eu vejo que esse evento não vai trazer nenhum benefício para a sociedade em geral, especialmente as camadas mais baixas - disse, por telefone.
O ato de tentar apagar a tocha com um extintor ganhou repercussão nas redes sociais e foi citado até como um motivo de vergonha para o País no "O Sensacionalista", um dos sites de humor mais conhecidos do País. Mas Torres diz não estar preocupado com isso.
AN - O que te motivou a tentar apagar a tocha olímpica?
Eduardo Alberto Torres - Então, na verdade, já falei para o delegado da Polícia Civil e vou dizer também para o juiz (ele reponderá a um termo circunstanciado). O que me motivou é a questão de não aceitar, de ver que essas olimpíadas vão se transformar em mais um elefante branco, como foi a Copa do Mundo de futebol. Eu vejo que esse evento não vai trazer nenhum benefício para a sociedade em geral, especialmente as camadas mais baixas. O dinheiro que está sendo investido é um dinheiro do povo que trabalha. Deveriam investir esse dinheiro em outras prioridades.
AN - Como surgiu a ideia? Você comprou o extintor só para fazer isso?
Torres - O extintor eu peguei com um amigo meu, bem antes. Falei para ele "me empresta o extintor?". Ele perguntou pra quê e eu falei "só me empresta". Daí ele disse "pode ficar contigo, até porque eu não uso mais".
AN - Então você planejou antes? Como foi?
Torres - Eu fui a pé da Monsenhor Gercino até o Centro. Eu sabia que a tocha ia passar por aqui (na zona Sul de Joinville), mas achei que era melhor ir até o Centro, onde teria mais pessoas.
AN - E como você recebeu as críticas, principalmente na internet, de que seu ato é um motivo de vergonha para o País?
Torres - Eu tenho acompanhado só algumas coisas no Facebook. Pelo meu ponto de vista, a população em geral está mais me apoiando do que me criticando. Acho que a maioria está dando apoio.
Confira o vídeo:
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