Quando aprendemos noções básicas de educação e respeito, logo nos lembramos da infância, das brincadeiras e das tarefas que nossos pais nos davam: antes de sair faça isso ou aquilo, depois pode ir pra rua. Eram bons tempos de liberdade com limites.
Digo isto, pois estamos vendo diariamente um show de truques e de malandragens. Uma corrupção que não nos desce, para ver quem consegue ser mais do que o outro. Não aprendemos isto na infância - então, dá onde vem isto? Do ser humano? Não acredito. Já escrevi algumas vezes sobre a educação pelo esporte e de seus valores, os quais me fizeram crescer na vida.
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Educação não é simplesmente sentar em uma classe com um professor para que ele nos ensine história ou matemática. Educação é, na sua mais simples ação, ter respeito e bons exemplos. Aprendi isto com o esporte. Tive um professor que se importava com que estava ensinando e o fazia de coração: o resultado era a melhor matéria da escola.
O esporte é, sem dúvida, uma ferramenta espetacular, educa, traz saúde, disciplina, respeito e nos ensina a perder e a ganhar. Por que estamos vendo tudo isto na política? Precisamos disto para crescer mais fortes? É isto que é democracia? Vale tudo? Podíamos voltar ao tempo de infância onde havia castigo: daqueles que ficávamos sem TV, sem futebol, sem sair na rua quando fazíamos algo de errado.
Continuarei apostando no esporte como ferramenta educativa. Estamos invertendo os valores? Não seria mais importante investirmos em profissionais dando melhores condições de trabalho? Ou continuaremos escolhendo alguns políticos que, de profissionais, não têm nada.
Para um atleta chegar a uma seleção brasileira, precisa treinar muito, especializar-se, destacar-se. Mas enquanto isto, qualquer um que consegue ser ou ter "bons amigos" no governo ou em algum cargo especial ganha 10 vezes mais e quase sem esforço. Não deveria ser o inverso? Primeiro se qualificar, entender as leis, aprender sobre gestão e o que é realmente trabalhar em equipe? Mas continuo a acreditar no esporte e nos governantes que tenham sensibilidade de entender que o espirito olímpico não é viajar para Olimpíada, tão pouco ter uma medalha e, sim, compartilhar.
Talvez tenha sonhado muito. Ou os ensinamentos que tive são antiquados e eu, talvez, não consiga mais discernir o que é certo ou errado. Só tenho a certeza que o esporte e seus ensinamentos sempre me acompanharão. É algo bem longe disso que estamos vendo hoje nas noticias de politica, não vou entrar no mérito que cor está certa, se amarelo ou laranja.
Aprendi a levantar a bandeira e as cores do meu país - com muito orgulho, cantei o hino no lugar mais alto que um atleta sonha em chegar. Mas vi também que quando uma criança olha para você e diz "torci por você" (não há sentimento maior que esta sinceridade). Continuarei a acreditar no esporte, pois aprendi que espirito esportivo é compartilhado e que medalhas não se guardam em casa, pois é uma emoção única que vivenciamos e aprendemos com nossos professores, lá da infância quando falávamos de valores. Valores estes, que se esqueceram de levar ao Congresso.
*ZHESPORTES