Imagens e edição: Marcelo Carôllo
Para ser um bom arqueiro, basta ter a pontaria certeira. Correto? Na realidade, não é bem assim. Por trás da prática do tiro com arco, há muitas variáveis. Além de um equipamento adequado, que depende das características de quem vai atirar, é preciso ter força, tranquilidade, flexibilidade e até entender um pouco de física.
Em Porto Alegre, é possível praticar a modalidade que será disputada na Olimpíada do Rio de Janeiro. No Clube Farrapos, por exemplo, localizado na movimentada Rua Professor Cristiano Fischer, há um campo reservado só para o esporte. Depois de uma descida de ladeira, o amante do arco e da flecha encontra o espaço repleto de verde, quase sem barulho, para ficar frente a frente com a mira.
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A intenção da gestão do clube é abrir cursos, para atrair novos participantes, a partir de março. Por enquanto, existe uma turma que, semanalmente, vai ao local praticar o que gosta. Antes de começar a atirar, é preciso montar o equipamento. E, por lá, tem uma variedade deles - aliás, os preços também variam, podendo custar R$ 3 mil um arco mais moderno.
Há quem prefira praticar com arco de madeira, o primeiro a surgir no Brasil. Com o tempo, a modalidade evoluiu, e então vieram os arcos feitos de aço ou de fibra de vidro, madeira e plástico. A peça central é chamada de riser, mas, atualmente, não são menos importantes a corda e o estabilizador. Para o arqueiro, também existe uma série de equipamentos de proteção: o protetor de peito (peiteira), de braço e de dedo (dedeira).
Na Olimpíada, o tipo de arco permitido é o recurvo, formado por lâminas, punho e corda, além de contar com os aparatos para a prática de alto nível, como estabilizador e a mira.
- A melhor forma de escolher o arco é pelo cálculo da envergadura do arqueiro. Muitas pessoas pegam e fazem pela altura, mas a altura pode não ter relação direta com a envergadura. O importante é que o arco fique entre o nariz e a testa da pessoa em pé. Se o arco for mais alto, pode acarretar uma instabilidade para o arqueiro - explica o professor e biólogo Jorge Bernardo Silva, de 37 anos, que pratica o tiro com arco há mais de dois anos.
Quando é por hobby, o arqueiro pode agir com tranquilidade, sem se preocupar com o tempo. No entanto, nos Jogos, tudo é cronometrado. Inicialmente, o esportista tem 40 segundos para atirar cada uma de suas seis flechas - na final, o tempo diminui para 20 segundos por flecha. Os atletas com melhores resultados após 72 flechadas avançam de fase. A distância entre o arqueiro e o alvo é de 70 metros.
A pontuação vai de 1 a 10, a depender da proximidade com o círculo central. O alvo tem 1,22 metros de diâmetro e é posicionado a 1,3 metros do chão. As técnicas para o disparo da flecha variam conforme o arqueiro, mas é importante entender que a flecha faz uma parábola para chegar até o destino final - por isso, muitos brincam que o tiro com arco agrada os amantes da física.
- Existem escolas famosas, como a coreana, que têm técnicas diferentes. Os coreanos têm o hábito de puxar a corda e atirar em poucos segundos. Eles não ficam segurando muito. Outros arqueiros pegam, armam e aguardam bastante até clicar. Isso depende muito do nível de treinamento. Um atleta de ponta dá de 300 a 400 flechadas por dia. Se ele demorar muito, vai ter uma sobrecarga muscular muito maior do que aquele que atira em poucos segundos - completa o professor.
Quando disparadas, as flechas podem chegar a 240 km/h. Independentemente da técnica e da velocidade atingida, vale a mira perfeita - seja entre amigos ou nas competições.
Onde praticar na Capital:
Clube Farrapos
Endereço: Av. Prof. Cristiano Fisher, 1331, Porto Alegre
Telefone: (51) 3382-8000
AABB Porto Alegre
Endereço: Avenida Coronel Marcos, 1000
Telefone: (51) 3243-1000
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